A insatisfação pela forma como as escalas diárias e as trocas de serviço eram feitas no Posto da GNR de Serpa, levou um militar a confrontar e a “descarregar” a sua indignação sobre o comandante da subunidade, em janeiro. O GNR foi alvo de processo disciplinar e transferido de posto.
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O visado seria um cabo, responsável pela efetivação das escalas, mas a discussão acabou por envolver um sargento, o principal graduado do posto.
A situação foi presenciada por outros militares, tendo o sargento participado do comportamento do guarda ao Comando Territorial de Beja (CTBeja), o que levou a que o militar contestatário fosse transferido para o posto de Moura e a ser alvo de um processo disciplinar.
O JN confrontou o Gabinete de Relações Públicas (GRP) da GNR sobre a situação tendo sido confirmado que “no dia 13 de janeiro, existiu uma altercação entre militares, do qual resultou a instrução de um processo disciplinar, ainda a correr, e a transferência preventiva de um dos militares intervenientes”, justificaram.
Fonte da GNR, conhecedora do processo, alega que em causa “estão escalas fraudulentas para beneficiar uns e prejudicar outros, existindo muitos militares com outras profissões durante o dia”. Quando questionado sobre se a GNR iria abrir algum processo de averiguações sobre as alegadas escalas fraudulentas e se tinham conhecimento ou dado autorização para os militares exercerem outras atividades remuneradas fora da Guarda, o GRP limitou-se a dizer que “é admissível a acumulação de funções públicas ou acumulação com atividades privadas, desde que não sejam legalmente incompatíveis com as funções públicas”, concluíram.
Já não é a primeira vez que existem problemas disciplinares no posto de Serpa. Quatro militares foram acusados de dormir nos carros de patrulha em vez de realizar patrulhamento destinado a travar o furto de cortiça. No passado dia 26 ficou a saber-se que o Tribunal da Relação de Lisboa os ilibou.