O traficante conhecido como “Escobar de Pedrógão”, do concelho de Vidigueira, foi condenado a sete anos de prisão, por tráfico de estupefacientes e detenção de arma proibida. Foi absolvido de um crime de desobediência a uma ordem de paragem dos militares da GNR que fizeram a sua detenção na noite de 15 de 2023.
Corpo do artigo
De acordo com o acórdão proferido na passada sexta-feira e a que o JN teve acesso, o arguido foi condenado a seis anos e meio pelo crime de tráfico de estupefacientes e a um ano pela posse de 66 cartuchos, de chumbo, zagalotes e bala, bem como um punhal e uma besta, no que resultou o cúmulo de sete anos de prisão.
Luís Frade, de 43 anos, foi detido por militares do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) da GNR de Beja, tendo na sua posse mais de 6.270 doses de diversos tipos de estupefacientes, que, a preços de mercado, valeriam mais de 260 mil euros. Também lhe foram apreendidos 106.239 euros em numerário.
Perante um coletivo de Juízes do Tribunal de Beja, o indivíduo confessou ter vendido heroína e cocaína, “pelo menos desde a pandemia de Covid-19”, justificando que o haxixe também encontrado na sua posse “era para consumo próprio”.
Questionado sobre o avultado montante de dinheiro que tinha na sua posse, o arguido justificou, devido a uma "banhada" que tinha dado, ficara com uma dívida de 120 mil euros. "Fui obrigado a vender droga para pagar a dívida. O dinheiro seria entregue quando estivesse na totalidade”, justificou, sem, contudo, convencer os juízes.
Diversos consumidores, ouvidos como testemunhas de acusação, confirmaram ter comprado estupefacientes ao detido, justificando que “um grama de heroína custava 40 euros”.
Na sequência das diversas buscas de que foi alvo, foram apreendidas ao suspeito 5.289 doses de heroína, 520 doses de cocaína, 410 doses haxixe, 57 doses de liamba e 66 sementes de canábis. Além das enormes quantidades de estupefacientes foram também apreendidos ao suspeito 106.239 euros em numerário, espalhados por diversos compartimentos da casa, nos veículos e que transportava ainda nos bolsos.
Foi ainda desmantelada um estufa, que estava instalada no interior de uma residência e apreendidos diversos materiais elétricos e artigos relacionados com a preparação, embalamento e acondicionamento de estupefacientes. Os militares do NIC apreenderam três veículos automóveis, um motociclo, 66 munições de calibre 12, uma besta, um punhal, duas facas, cinco telemóveis, três balanças e dois computadores portáteis.
O coletivo de juízes determinou que o “Escobar de Pedrógão” vai continuar a aguardar em prisão preventiva, no Estabelecimento Prisional de Beja, o trânsito em julgado do processo, uma vez que o acórdão é passível de recurso para o Tribunal da Relação de Évora.