Resistência Galega guardava explosivos em garagem no centro da cidade de Coimbra.
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O esconderijo que a Resistência Galega manteve em Coimbra, designadamente para armazenar explosivos, estava a uns escassos 100 metros do Comando Territorial da GNR, situado na Avenida Dias da Silva. Terá sido uma dirigente daquela organização terrorista quem arrendou uma garagem da moradia onde, em 9 de novembro de 2019, foram apreendidos artefactos para o fabrico de bombas-relógio, 30 quilos de pólvora e propaganda independentista.
Apesar da proximidade da GNR, seria pouco expectável que esta, tendo competência apenas sobre as zonas rurais, desse com o que a Polícia Judiciária (PJ) classificou na segunda-feira como "casa de recuo" e "base logística" da Resistência Galega. O respetivo endereço situa a casa na Rua João Pinto Ribeiro, perpendicular à Avenida Dias da Silva, que ladeia a Escola Secundária José Falcão. Mas o imóvel está muito recuado e passa despercebido entre outros. E mais discreta ainda era a garagem dos independentistas, pois estava numa lateral do imóvel virada para a Rua Pinheiro Chagas, tapada por outra moradia e acessível por um caminho empedrado.
Dona é professora
A PJ não divulgou a localização da casa onde fez buscas em novembro, mas o JN identificou-a, a partir de um vídeo da operação publicado pela Guarda Civil de Espanha. Na terça-feira, estava devoluta. A garagem está fechada, mas, ao lado, outras duas estão abertas. Numa delas, há pilhas de livros e outras publicações antigas, encimadas pelo filósofo francês Paul Ricoeur e pela coleção da "Revista Internacional - Dos Partidos Comunistas e Operários".
A moradia foi herdada por uma professora, que ali arrendaria quartos a estudantes. A suposta intenção da arrendatária galega seria residir na garagem. A mulher, que usaria documentação falsa, seria Asunción Losada Camba e fugia à Polícia desde 2006, tal como o também dirigente independentista Antón García Matos, por dezenas de ataques bombistas em bancos e partidos políticos, que causaram danos, mas não vítimas humanas. Foram detidos em Vigo, cinco meses antes de a PJ descobrir o esconderijo de Coimbra.
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