Pai de origem albanesa fugiu da Alemanha para Espanha há oito meses e refugiou-se em Portugal, onde foi detido pela PJ.
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Kristian e Amantia, dois meninos de 11 e 10 anos, raptados pelo pai na Alemanha, em dezembro do ano passado, foram esta terça-feira resgatados em Peniche pela Polícia Judiciária (PJ), que deteve o pai, de 44 anos, ao abrigo de um mandado de detenção europeu. Os três estavam há cerca de um mês a viver em Peniche, onde o pai, de origem albanesa mas naturalizado alemão, tinha alugado um apartamento.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, o pai chegou a Lisboa no final de julho, ficou uns dias na capital, até mudar-se para Peniche. Lá viveu com os filhos, que as autoridades encontraram bem tratados. Quando foi intercetado não ofereceu resistência. Ficou detido e é hoje levado ao Tribunal da Relação de Coimbra para aplicação de medidas de coação, enquanto decorre o processo de extradição. Já as crianças ficaram à guarda de uma instituição até que a mãe ou as autoridades alemãs os venham buscar.
O caso fez correr muita tinta, tanto na Alemanha, onde o pai e a mãe tinham uma relação conflituosa, como em Espanha, onde o progenitor terá passado a maior parte dos últimos oito meses.
Localizado no país vizinho
Após a subtração dos menores, o pai viajou até Tenerife com eles, em dezembro de 2020. Nunca mais foram vistos pela mãe que, inicialmente, decidiu não denunciar o desaparecimento dos filhos devido às ameaças de morte que recebia do companheiro. "Se fores à polícia, vou matar-te a ti, à tua família e aos meninos" foi uma delas, segundo o presidente da organização espanhola "SOS Desaparecidos", que denunciou o desaparecimento dos meninos um mês depois, em janeiro de 2021.
Foram essas atitudes violentas de Lorenk Toska que fizeram com que Karen, após o divórcio em 2013, ficasse com a guarda completa dos seus filhos. Contudo, o ex-marido podia visitar as crianças a cada dois fins de semana, e foi numa dessas visitas que aproveitou para fugir com elas.
Localizado na ilha de Tenerife, o pai foi notificado por um tribunal para comparecer com as crianças em junho, mas nunca o fez. A ordem judicial obrigava-o a entregar os filhos à mãe antes do dia 21 de junho. Apesar de ter manifestado a sua intenção de devolver Kristian e Amantia, Lorenk decidiu viajar até Lisboa, via Madrid, para fugir novamente da justiça.
O mandado europeu de detenção emitido pelas autoridades espanholas e alemãs estava ativo há apenas uma semana e foi agora cumprido pela Polícia Judiciária de Lisboa.
