As escutas da Operação Influencer, o processo que levou António Costa a demitir-se do cargo de primeiro-ministro em novembro de 2023, passaram pelas mãos de 16 juízes.
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A conta foi feita pela revista “Visão”, que também noticiou que João Galamba foi posto sob escuta em maio de 2020, quando era secretário de Estado da Energia, e assim foi mantido até alguns meses depois de ser nomeado ministro das Infraestruturas em janeiro de 2023.
Ao longo de mais de três anos, Galamba foi escutado a conversar com o então primeiro-ministro, o autarca lisboeta Carlos_Moedas, o atual líder do PS, Pedro Nuno Santos, os ex-presidentes da Assembleia da República Ferro Rodrigues e Santos Silva e o ex-ministro Duarte Cordeiro, entre outros.
Validação obrigatória
Aquelas e as outras escutas do inquérito pedidas pelo Ministério Público e realizadas pela PSP foram controladas e validadas por juízes de instrução criminal, para salvaguarda da legalidade e dos direitos, liberdades e garantias dos escutados.
Ainda segundo a “Visão”, o controlo e a validação das escutas coube a 12 juízes de primeira instância, entre titulares dos autos e juízes de turno.
O aparecimento de António Costa nas escutas justificaria a intervenção de quatro juízes do Supremo Tribunal de Justiça, por este se tratar do foro próprio do primeiro-ministro e pela questão sobre se as interceções sem relevância criminal deviam ser mantidas, por poderem aproveitar às defesas, ou destruidas.
A conclusão foi pela não destruição de tais escutas. Uma delas, recentemente divulgada pela CNN, abriu um novo e intenso debate sobre o segredo de justiça.