Conversas telefónicas entre Inês Santos, ex-namorada de um dos elementos do gangue juvenil PDS, de Lisboa, acusado do homicídio de Issac Oliveira, de 16 anos, membro de rivais de Loures, com uma amiga e a mãe mostram um pacto de silêncio em torno do crime. O tribunal ouviu transcrições das conversas esta terça-feira.
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No Bairro da Ameixoeira, em Lisboa, onde vivem os seis jovens do gangue PDS acusados do homicídio a tiro de Isaac Oliveira, conhecido pela alcunha de “Manilson”, muitos já saberiam quem esteve implicado na morte do jovem do grupo rival de Loures, os K26, quando a Polícia Judiciária fez rusgas à casa de André Moreira, um dos acusados, o namorado de Inês Santos. Os confrontos eram frequentes entre os PDS e os K26, ambos seguidores da música drill, que glorifica o uso da violência.
“Quem chibou, chibou muita gente, contou tudo ao pormenor. Não sei o que fazer mais, estou só a receber mensagens”, terá dito aflita Inês Santos à amiga Iara Moreno, numa chamada telefónica efetuada no dia 17 de maio de 2022, quando foi realizada a busca domiciliária. “Mas isso já era de se esperar, toda a gente falava”, terá respondido Iara, uma das testemunhas ouvidas no tribunal, durante a última audiência de julgamento.