Um homem acaba de ser acusado pelo Ministério Público de ter matado a ex-companheira e ateado fogo ao corpo, em fevereiro, num restaurante na Amadora, onde a vítima trabalhava. Vai responder por 11 crimes diferentes, o mais grave dos quais homicídio qualificado.
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Arguido e vítima, de nacionalidade indiana, mantinham uma relação de namoro há seis anos, tendo vindo viver para Portugal em março de 2024, sendo que o arguido dependia financeiramente da namorada. Em julho desse mês, por decisão da vítima, separaram-se, tendo o arguido tido, em várias ocasiões, "confrontos verbais e físicos com a vítima, chegando a ameaçá-la de morte".
A 8 de fevereiro deste ano, o arguido foi ao local de trabalho dela, "esperou que abrisse a porta e empurrou-a para o interior. A seguir, agarrou-lhe o pescoço e esganou-a". Depois disso, ateou fogo ao corpo da vítima, mudou de roupa e abandonou o local.
No dia em que o corpo foi encontrado, em declarações ao Jornal de Notícias, o comandante dos Bombeiros Voluntários da Amadora, Mário Conde, explicou que a corporação foi chamada, pelas 12.30 horas, para a abertura de uma porta num restaurante.
Após conseguirem aceder ao interior, encontraram o corpo de uma mulher, empregada de limpeza do espaço de restauração, caído nas escadas. "Tinha queimaduras de terceiro grau e hematomas", revelou, contando que as equipas de socorro acabaram por declarar o óbito no local.
Terão sido esses hematomas que os investigadores da Polícia Judiciária consideraram de imediato suspeitos. As primeiras conclusões da autópsia confirmariam a intervenção de terceiros na morte da mulher, de 40 anos, assassinada durante o período de encerramento do estabelecimento.
"Após notificação do aparecimento do cadáver da vítima, a Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo desenvolveu diligências investigatórias que permitiram a identificação do agressor, bem como a sua localização e detenção fora de flagrante delito, face ao acervo probatório entretanto obtido", adiantou então a PJ.