Um homem, de 52 anos, foi detido para cumprir uma pena de quatro anos de prisão efetiva por violência doméstica contra a atual ex-esposa, de 43 anos, no Porto. Um dos episódios mais violentos aconteceu quando o agressor reagiu brutalmente ao perceber que a vítima havia deitado fora a sua droga.
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Os atos de violência, segundo revelou a PSP esta quinta-feira, ocorreram entre 2021 e 2022, período em que o casal ainda estava junto. As agressões físicas e psicológicas repetiam-se em momentos de desentendimento e eram marcadas por injúrias, ameaças e agressões físicas, incluindo empurrões, apertos no pescoço e murros na face, que deixaram lesões visíveis, como equimoses e escoriações.
Um dos episódios mais violentos aconteceu quando o agressor, consumidor de estupefacientes, reagiu de forma brutal ao perceber que a vítima tinha deitado fora a sua droga. Nesse momento, agarrou-a, atirou-a para o sofá, apertou-lhe o pescoço e desferiu vários murros no rosto, atingindo-a nos olhos e na testa.
Durante o ataque, chegou a dar-lhe uma cabeçada e uma dentada, enquanto a ameaçava de morte.
Vergonha de sair de casa
"Em consequência dos maus tratos físicos a vítima sentia vergonha de se apresentar em público com lesões visíveis e acabou por se fechar em casa, afastando-se dos amigos e da família, vendo-se forçada a disfarçar a dor que sentia para proteger a integridade psicológica de familiares e amigos", sublinhou a PSP, que acrescentou ter a vítima sido forçada a abandonar a casa onde residia com "medo do escalar da violência".
O arguido fora condenado, em 2024, a quatro anos de prisão, pena que inicialmente ficou suspensa por igual período, com a condição de frequentar o Programa de Prevenção de Violência Doméstica, promovido pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP). Foi-lhe também imposta a proibição de contactar a vítima por três anos, por qualquer meio, direto ou indireto.
Contudo, o homem nunca cumpriu as medidas impostas. Ignorou as notificações da DGRSP, mudou de residência e evitou o contacto com as autoridades, o que levou o tribunal a revogar a suspensão da pena, decisão que transitou em julgado.
Após mandado de detenção emitido, o indivíduo foi localizado e detido pela PSP, sendo conduzido ao Estabelecimento Prisional do Porto, onde iniciou o cumprimento da pena de prisão efetiva.