
Ihor Homeniuk tinha 40 anos
DR
O Estado está a exigir aos três ex-inspetores do SEF condenados pela morte do cidadão ucraniano Ihor Homeniuk o pagamento dos 712.950 euros já atribuídos à viúva, aos dois filhos e ao pai da vítima. Um dos arguidos comenta que decisão de pagar “foi política”.
Corpo do artigo
A contestação do ex-inspetor Luís Silva, citada pelo "Diário de Noticias" (DN), refere que o pagamento da indemnização, a mais elevada jamais paga em Portugal, foi "destinada a salvar a face do Governo português perante, designadamente, a comunidade internacional e sob forte pressão por parte dos media nacionais e internacionais".
"Chocante é constatar que o Estado português, no âmbito do procedimento extrajudicial de indemnização de Ihor Homeniuk, não tenha exigido - muito menos obtido qualquer comprovativo documental de que aqueles eram, efetivamente, os rendimentos de um e de outro[1500 euros e 300 mensais para Ihor e mulher, respetivamente]", refere a advogada de Luís Silva, Maria Manuel Candal, citada pelo DN.
Por outro lado, os recorrentes recordam que há um outro processo, a decorrer, tendo, entre outros arguidos, três inspetores do extinto SEF. Dois deles estão acusados de homicídio por negligência, o que os corresponsabiliza pela morte de Ihor Homeniuk, revela o jornal.
Daí que, defende o ex-inspetor, Luís Silva, condenado a nove anos de prisão, também estes arguidos devam ser citados no processo interposto pelo Estado no Tribunal Administrativo para exercer o denominado “direito de regresso”, ou seja, reaver os 712.950 euros já pagos.

