Estivadores lucravam até 40 mil euros por retirar cocaína do PCC em Leixões
Funcionários da infraestrutura portuária eram contratados por um dos maiores importadores de droga do Porto que tinha como braço-direito um elemento da mais poderosa máfia brasileira.
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Entre cinco à 40 mil euros por cabeça. Era esse o valor que uma organização criminosa liderada por traficante, ligado ao extinto gangue de Valbom, e um membro da máfia brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC) pagavam a sete estivadores do Porto de Leixões para o descarregamento de centenas de quilos de cocaína, escondidos em contentores marítimos, vindos da América do Sul. O grupo, de 13 elementos, acaba de ser acusado de associação criminosa, tráfico, branqueamento e posse de arma.
De acordo com o Ministério Público (MP) do Porto, o grupo importava grandes quantidades de cocaína, via marítima, através do método “rip-on/rip-off”. No porto brasileiro, a cocaína é colocada no interior de um contentor, com mercadoria legítima, com um selo de lacre falsificado. A droga atravessa o Atlântico e no porto de destino, neste caso Leixões, está uma equipa de estivadores à espera. Localizam o contentor, antes que a mercadoria lícita seja entregue ao proprietário ou, eventualmente, seja selecionado para ser fiscalizado pelas autoridades. O selo duplicado é rebentado para abrir o contentor e chegar à droga que é retirada. Depois, colocam um novo selo falsificado, por forma a não dar o alerta de que o contentor foi violado. Resta ao grupo levar a cocaína para o exterior do porto nos seus carros para ser entregue aos traficantes.