Francisco Lacerda, administrador executivo do Banco Comercial Português (BCP) entre 2000 e 2008, garantiu esta segunda-feira, no julgamento de Manuel Pinho, que não sentiu que o antigo ministro (2005-2009) tenha favorecido o Banco Espírito Santo (BES) enquanto esteve no Governo.
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Manuel Pinho, de 69 anos, está a ser julgado, em Lisboa, por corrupção passiva, branqueamento e fraude fiscal, por ter alegadamente recebido, entre 2005 e 2012 e através de offshores, cerca de cinco milhões do ex-banqueiro Ricardo Salgado para beneficiar ilegitimamente o BES e o Grupo Espírito Santo (GES).
O antigo ministro nega que tenha existido qualquer suborno e, em tribunal, têm sido várias as testemunhas a afirmar que nunca se aperceberam de qualquer favorecimento por parte de Manuel Pinho ao BES/GES. Esta segunda-feira, foi a vez de Francisco Lacerda.
Questionado pela defesa de Manuel Pinho se alguma vez sentira que o BCP fora prejudicado a favor da instituição financeira então presidida por Ricardo Salgado, o atual gestor de empresas respondeu apenas que "não".
Os advogados do antigo ministro tinham ainda arrolado Paulo Teixeira Pinto, antigo presidente do BCP, como testemunha, mas acabaram, já com este na sala de audiências, por prescindir do seu depoimento, por razões de saúde.
O julgamento prossegue durante a tarde desta segunda-feira, com a audição de mais testemunhas de defesa. Além de Manuel Pinho, estão igualmente acusados no processo Ricardo Salgado, de 79 anos, por corrupção ativa e branqueamento, e a mulher de Manuel Pinho, Alexandra Pinho, de 63, por branqueamento e fraude fiscal.