Ex-chefe da GNR queixa-se de "cabala" montada por colegas

António Vieira, que chefiou o Núcleo de Investigação Criminal (NIC) da GNR de Braga, entre 2011 e 2017, está a ser julgado pelo alegado recebimento indevido de suplementos de escala, mas afirma-se vítima uma de "cabala ardilosamente montada" no seio da própria corporação. Aponta o dedo a um "elevado número de agentes policiais", subordinados e superiores, "que se deveriam envergonhar de mentirem descaradamente", diz.

"O processo traduz-se numa cabala ardilosamente montada para destruir a minha carreira imaculada na GNR", diz António Vieira, acrescentando que está a pagar "por ser uma pessoa extremamente exigente", junto dos seus "subordinados, que por vezes não viam com bons olhos esta postura de comando".

O arguido, de 48 anos, é acusado de não ter cumprido escalas, mas ter preenchido os respetivos mapas, para vir a receber um total de 8127 euros ilíquidos (5400 líquidos), sabendo que a tal não tinha direito.

No julgamento, em Braga, as testemunhas do Ministério Público vêm confirmando que Vieira nunca se submeteu às "escalas técnicas", ao contrário dos seus subordinados.

Na audiência de julgamento, o arguido optou, até agora, pelo silêncio. Mas apresentou contestação escrita à pronúncia do juiz de instrução. "Todos os suplementos de escala e remuneratórios que sempre recebi são devidos do exercício das minhas funções e meus de pleno direito", escreveu, acrescentando que "enquanto chefe do NIC de Braga", fez "incontáveis serviços enquadrados na denominada escala técnica".

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Crimes arquivados

O arguido responde só por falsificação de documento, porque, antes do julgamento, o juiz de instrução fez cair as acusações por peculato e abuso de poder.

Processo disciplinar

O ex-chefe de investigação criminal é alvo de procedimento disciplinar, que aguarda o desfecho do processo-crime.

Foi para Ponte da Barca

António Vieira já não está na investigação criminal. Agora exerce funções no Posto da GNR de Ponte da Barca.