O antigo delegado da Liga e ex-árbitro de terceira categoria Nuno Cabral, ouvido como testemunha no caso dos e-mails do Benfica, vai ser investigado por falsas declarações.
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Foi o Ministério Público (MP), que acusou recentemente Francisco J. Marques, diretor de comunicação do F.C. Porto, Júlio Magalhães, diretor do Porto Canal, e Diogo Faria, um colaborador, de crime de violação de correspondência e acesso indevido, que mandou extrair uma certidão contra Nuno Cabral.
Em causa estão as declarações que prestou, enquanto testemunha, na investigação sobre a divulgação dos e-mails. Nuno Cabral declarou, perante o MP, que as comunicações eletrónicas lidas no programa "Universo Porto - da Bancada" por parte de Marques não eram suas.
Informações de árbitros
Recorde-se que nos e-mails divulgados pelo Porto Canal, o ex-delegado da Liga Nuno Cabral é mencionando por ter fornecido informações confidenciais sobre árbitros a Paulo Gonçalves, então assessor jurídico do Benfica. Cabral negou que os e-mails eram seus.
Mas nos despachos firmados pelo MP e que antecedem a acusação dos arguidos portistas, a procuradora Vera Camacho explica que, "nos autos, foram recolhidos vários elementos que sustentar a veracidade de tais e-mails, pelo menos daqueles em que usa um e-mail com o seu nome, algo que Nuno Cabral contraria em inquirição, mesmo após advertência efetuada por parte da signatária [procuradora] no sentido de que incorria na prática de um ilícito de falsidade de depoimento caso não prestasse um depoimento verdadeiro".
Por isso, Nuno Cabral deve agora ser constituído arguido por crime de falsas declarações.
Jantares com vouchers do SLB iam até 600 euros
O custo dos jantares oferecidos pelo Benfica aos árbitros delegados e ao observador podia ir até 600 euros, ultrapassando assim os limites estabelecidos. De acordo com a TVI, os valores foram apurados pela Polícia Judiciária, que fez um levantamento das faturas no restaurante "Museu da Cerveja". Já em 2018, o Ministério Público tinha matéria para acusar o SLB neste inquérito, que foi englobado no caso dos e-mails, ainda em investigação.