O antigo eleito do partido Chega na Junta de Freguesia de Póvoa de São Miguel, em Moura, Vítor Ramalho, que começou esta terça-feira a ser julgado por um crime de homicídio simples, na forma tentada, assumiu ter disparado duas vezes, mas não na direção de um cidadão sueco de origem curda, com quem se desentendeu.
Corpo do artigo
Na sessão do julgamento, realizada no Tribunal de Beja, o arguido confessou ter efetuado dois disparos “um para o chão e outro para o ar, sem qualquer intenção de matar”, na sequência de uma altercação com Hemin Mohammed, de 41 anos, cidadão curdo com passaporte sueco, ocorrida no dia 8 de outubro de 2021, naquela localidade alentejana.
Vítor Ramalho justificou ter sido “provocado pelo indivíduo” e ter “perdido a cabeça”. Assumiu: “disparei a espingarda, mas não foi na direção do individuo nem da carrinha que conduzia”, sustentou.
Hemin Mohammed, como vítima e Rebecca Andersson, a sua mulher, na qualidade de lesada por ser a proprietária da viatura que apresentava um orifício compatível com um disparo de arma de fogo, não comparecem em julgamento, nem responderam à chamada para prestarem declarações por videoconferência.
O procurador do Ministério Público (MP) e advogado de defesa do arguido coincidiram nas alegações finais e defenderam que “não ficou provado que houvesse intenção de matar por parte do arguido”.
A leitura do acórdão ficou marcado para o próximo dia 20 de dezembro, no Tribunal de Beja.