Ex-ministra da Justiça sem conhecimento de "constrangimentos" em Vale de Judeus
A ex-ministra da Justiça Francisca Van Dunem, que exerceu funções de 2015 a 2022, afirmou esta quinta-feira no Parlamento que, quando deixou o cargo, não era do seu conhecimento "nem lhe foram relatados quaisquer constragimentos associados" à cadeia de Vale de Judeus de onde, a 7 de setembro, cinco reclusos fugiram.
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"Quando cessei funções, não era do meu conhecimento, não me foram relatados quaisquer constrangimentos associados a Vale de Judeus", disse a juíza conselheira, que está a ser ouvida na Assembleia da República a pedido da Iniciativa Liberal.
Durante a sua intervenção, Van Dunem disse que, enquanto esteve em funções, não identificou "um problema relacionado com o modelo de segurança do edifício" na prisão de Vale de Judeus e garante que a prisão não tinha falta de guardas prisionais.
A ex-ministra contou que, em 2015, quando assumiu funções, "já não havia torres de vigia em Vale de Judeus" e que "o que existia, ao fim de muitos anos de degradação", eram "ruínas, ferros, argamassa" de uma estrutura que representava "risco de utilização".
Reconheceu também que a sobrelotação é um problema do sistema prisional, mas lembrou que o Governo de que fez parte tomou medidas para resolver o problema.
Quem também foi ouvida na mesma audição foi a antiga governante Catarina Sarmento e Castro que, aos deputados, afirmou que a fuga "deve ser vista como um momento de viragem" e "de termos o Parlamento de olhos postos no serviço prisional".