Um ex-tesoureiro de uma delegação local da Cruz Vermelha no grande Porto foi acusado pelo Ministério Público (MP) de um crime de peculato. Terá ficado com mais de 120 mil euros das contas bancárias e das receitas da Loja Social da instituição. Apresentou um património incongruente de mais de meio milhão de euros.
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Entre 2011 e 2017, o arguido desempenhou as funções de tesoureiro na instituição. Nesse período, "abusando da disponibilidade que detinha no acesso às contas bancárias e demais dinheiros da Delegação", apoderou-se de 121 mil euros, acusa o MP.
Segundo uma nota da Procuradoria-geral Distrital do Porto, o arguido efetuou levantamentos em numerário usando os cartões de débito da instituição e desviou quantias monetárias provenientes das vendas de bens doados na Loja Social existente na sede.
Património incongruente de meio milhão de euros
"Efetuada a investigação patrimonial e financeira, apurou-se ainda que o arguido apresentou um património incongruente, entre os anos de 2017 e 2021, no valor global de 504.276,12€", acrescenta o comunicado.
A 30 de maio, o MP deduziu acusação contra o arguido, imputando-lhe um crime de peculato e pedindo a aplicação da sanção acessória de proibição de exercício de funções em associações de utilidade pública.
O MP acrescenta ainda que requereu "a perda a favor do Estado dos mencionados valores, tendo promovido arrestos aos bens móveis, imóveis e contas bancárias do arguido, o que já foi decretado".