Patrocínio Azevedo negou, esta terça-feira, aos juízes ter recebido qualquer "vantagem" dos construtores Paulo Malafaia e Elad Dror ou do advogado João Lopes, para facilitar o licenciamento do projeto da Torre "Skyline". No julgamento, houve ainda um momento de tensão entre o ex-vice da Câmara de Gaia e um juiz.
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Inquirido por um dos magistrados do coletivo, afirmou que estava a ser julgado "por ter dado mais-valias à câmara" mas o juiz respondeu-lhe que "não". E acrescentou que o arguido "pode dar as mais-valias que quiser, mas não pode receber mais do que aquilo que recebe de ordenado", o que foi interpretado como se já tivesse convicção formada quando o julgamento ainda está no início.
Questionado pela juiz-presidente sobre o projeto "Skyline", em que a câmara de Gaia atribuiu 2.0 de índice de construção, ultrapassando os 0.8 que o PDM prevê, Patrocínio Azevedo dissertou sobre a "visão do futuro" e a necessidade de investimento no concelho, adiantando que além disso o aumento do indicie para aquele investimento proporcionaria, entre taxas e impostos, "milhões de euros" ao município.
E que, segundo o acordo celebrado com os promotores, "tudo o que for acima dos 0.8, reverte para o município". E enfatizou, salientando que se tratara de uma decisão política, que tem uma década.
Patrocínio voltou a sublinhar que o atual presidente da câmara, Eduardo Vítor Rodrigues "participava em todos os dossiês" e que este teria sempre a última palavra.
"O senhor presidente da câmara não assina de cruz. O projeto foi aprovado em reunião de câmara e nada é levado e aprovado em reunião de câmara sem o aval do presidente. O centro de congressos estava no plano e orçamento de 2017. Eu era um mero executante", referiu o arguido que continua esta quarta-feira a prestar declarações.