Contrariando a tendência verificada nos últimos anos, 2024 deverá terminar com uma diminuição do número de vítimas de tráfico de seres humanos (TSH) sinalizadas, em Portugal.
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Técnicos, investigadores e peritos no fenómeno criminal apontam a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) como a principal razão para que tal suceda, mas o relator nacional para o TSH, Manuel Albano, defende que é necessário esperar pela estatística final e que “é perigoso” associar as duas premissas.
O último relatório do Observatório de Tráfico de Seres Humanos identificou, no ano passado, 650 presumíveis vítimas, valor que representava uma subida de 72% relativamente a 2022. O mesmo documento salientava que o número de vítimas sinalizadas era o maior dos últimos quatro anos, período em que se foi confirmando uma tendência de crescimento relativamente a este crime.
A região Centro não foi exceção ao contexto nacional. “Desde 2022, o número de sinalizações [de casos de TSH] foi subindo. Somos uma zona agrícola e a maioria das vítimas era explorada laboralmente”, refere a técnica da Equipa Multidisciplinar Especializada de Assistência a Vítimas de TSH, Lisandra Lopes.