Várias fábricas, situadas no Norte do país, produziam roupa e calçado contrafeito para vender, diretamente, através de páginas de Facebook.
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Também vendiam o material proibido a intermediários, que recorriam, de igual modo, às redes sociais para comercializar equipamentos desportivos e sapatilhas de marcas conceituadas. Uma operação da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), realizada ao longo do último mês e meio, permitiu identificar 12 destas unidades industriais e comerciantes, assim como apreender 160 mil artigos contrafeitos e avaliados em 437 mil euros.
Ao JN, o inspetor-geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar, conta que foi uma equipa da Unidade Nacional de Informações e Investigação Criminal da ASAE que identificou as diversas páginas de Facebook onde era vendido o material contrafeito. "Há uma orientação estratégica para acompanhar de perto o comércio digital, e esta equipa tem a função de fazer o "varrimento" da Internet à procura de ilícitos", explica.
Pagamento online
Estes espaços virtuais vendiam equipamentos e fatos de treino dos principais clubes de futebol, camisolas e calçado de prestigiadas marcas internacionais. Diferentes frascos de perfume, malas de luxo e acessórios de estilistas famosos estavam igualmente disponíveis. Mas tudo era falso e comercializado a preços muito inferiores aos dos produtos originais.
"O pagamento era efetuado online e o produto entregue através de encomenda postal. Só nalguns casos é que havia encontros físicos entre o comprador e o vendedor", descreve Pedro Portugal Gaspar, que admite que o comércio online trouxe novos desafios e dificuldades à fiscalização.
O responsável da ASAE acrescenta que a investigação permitiu, ainda, "identificar a origem da produção" do material contrafeito e que, no âmbito da operação ontem anunciada, foram efetuadas buscas a fábricas do Norte do país. Nesses locais, foram encontrados milhares de artigos ilegais e muitos seriam comercializados através de páginas de Facebook, que os próprios industriais criaram para escoar o produto.
Foram instaurados 12 processos-crime por venda e ocultação de produtos e contrafação, imitação e uso ilegal de marca.