Duas mulheres detidas da cadeia de Tires, em Cascais, envolveram-se num confronto, no último domingo, que só terminou com a intervenção das guardas prisionais e de outras reclusas. Na origem dos desacatos estão negócios de tráfico de droga mal resolvidos, que levaram a que uma das reclusas tivesse feito uma faca artesanal, com recurso a um cabo de vassoura metálico, para se proteger do ataque que veio a sofrer.
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Tudo aconteceu à hora de almoço, quando uma das detidas abandonou o refeitório da cadeia de Tires e dirigiu-se à escadaria que dá acesso ao segundo piso daquele estabelecimento prisional. Já nas escadas, foi agarrada pelo cabelo e agredida a murro e pontapé por outra reclusa. Resistiu e as duas mulheres caíram, ao mesmo tempo que cada uma delas tentava atingir a oponente.
A detida que foi atacada em primeiro lugar também usou uma faca artesanal para golpear a adversária em várias partes do corpo. A arma, feita a partir de uma vassoura metálica, afiada numa das pontas e com um cabo de madeira na outra extremidade, estaria dissimulada na roupa da detida que, por temer um ataque como o que sucedeu, não abandonava a cela sem ela.
As agressões só terminaram quando três guardas prisionais e uma reclusa intervieram e separaram as duas mulheres.
Segundo o JN apurou, as mulheres estão em prisão preventiva. Uma, de nacionalidade brasileira, foi detida por tráfico de droga e a outra por burla. Ambas terão mantido negócios relacionados com a compra a venda de droga no interior da cadeia de Tires.
Guardas prisionais denunciam insegurança
Ao JN, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) refere que "se verificou uma altercação entre duas reclusas do Estabelecimento Prisional de Tires, da qual resultaram alguns hematomas e um pequeno golpe em resultado de queda, sem que daí se verificasse necessidade de deslocação e/ou de assistência hospitalar".
A mesma fonte garante que nenhuma guarda prisional ficou ferida e acrescenta que "as reclusas envolvidas nesta alteração da ordem foram colocadas em medida cautelar de confinamento enquanto decorre o competente processo disciplinar".
Já o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) alega que as consequências do episódio violento foram graves e assegura que uma guarda prisional foi agredida. Salienta igualmente que, "neste estabelecimento, esta foi a segunda agressão neste ano", sem que "a direção da cadeia, nem a DGRSP faça algo para as evitar".
"Já foi alertada a diretora para a enorme quebra de segurança que é a entrega da medicação às reclusas, mas esta nada faz. O SNCGP irá defender e exigir justiça para todos os funcionários que forem agredidos", finaliza.