A PSP de Leiria deteve, na segunda-feira, um casal que se fazia passar por elementos da GNR, bombeiros e técnicos do INEM para, dessa forma, obter bens alimentares em supermercados ou realizar falsos peditórios. Os suspeitos, um homem e uma mulher residentes na Benedita, Alcobaça, estão indiciados de crimes de burla, falsificação de documentos e usurpação de funções, abuso de sinal, designação ou uniforme.
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A detenção aconteceu num momento em que o casal tentava "valer-se" da condição de guarda da GNR para conseguir vantagem num contrato imobiliário. Em conferência de imprensa, no Comando Distrital de Leiria da PSP, o comissário André Antunes revelou que os suspeitos exibiram carteiras profissionais falsificadas, com o intuito de "tirar proveito" dessa condição.
Após o flagrante delito, a PSP efetuou buscas à viatura e à residência do casal, onde foi encontrado "um vasto leque" de fardamento da GNR, bem como divisas e insígnias, bastões, algemas, coldres, rádios emissores e recetores, uma luz azul para sinalizar viaturas policiais em marcha de urgência (vulgarmente designado por pirilampo) e uma reprodução de pistola.
Entre o material apreendido, estão também fardas de bombeiros, incluindo um fato e insígnias de comandante, e equipamento afeto ao INEM. Em casa dos suspeitos foram ainda encontradas duas molduras com fotografias do homem fardado de militar da GNR, e uma espingarda, para qual nenhum dos suspeitos tem licença de porte.
O casal, um homem de 34 anos e a companheira de 38 anos, sem profissão, tem antecedentes criminais pela prática por burlas, falsificações e falsos peditórios. "Temos relatos de que atuação dos suspeitos remonta há vários anos", indicou o comissário André Antunes, adiantando que ainda não foi possível estabelecer "um padrão" quer das vítimas, quer da forma de atuação do casal.
"Havia uma disparidade de modus operandi em que os suspeitos se faziam valer desta qualidade (GNR, bombeiros ou proteção civil)", para, por exemplo, conseguir bens alimentares em superfícies comerciais ou fazer falsos peditórios em nome dessas entidades, avança aquele comissário.
A PSP admite que existam "muitos casos" envolvendo os suspeitos, nomeadamente eventuais tentativas de burla a idosos, apelando, por isso, a quem tenha passado por situações do género que formalize as denúncias.
O comissário André Antunes ressalva, no entanto que, "não é por causa de episódios como este que os cidadãos devem deixar de cumprir as ordens e orientações emitidas por elementos de forças de segurança no exercício de funções". Em caso de dúvida relativamente à ação ou à identidade destes profissionais, "devem contactar as autoridades" policiais.