O português assassinado e lançado a um poço, em Porriño, na Galiza, algures entre 2019 e 2020, terá sido morto por dois falsos polícias, a crer na versão do primeiro de três detidos, que foi ouvido e libertado ao final da tarde desta quarta-feira.
Corpo do artigo
Carlos do Órfão, a vítima, então com 39 anos e nascido em Viana do Castelo, mas a residir na Galiza há muitos anos, terá sido vítima de tortura, agredido com um objeto contundente no crânio e lançado ao poço, na zona industrial de Cerquido. Carlos do Órfão enfrentaria dificuldades financeiras, nos seus negócios com automóveis, e acumulou dívidas que não conseguiria pagar a tempo. Esta terá sido a razão de ter sido assassinado.
Dois dos três detidos pela polícia serão os autores materiais do homicídio. Prevê-se que esta quinta-feira, sejam interrogados, no Julgado de Instrução Criminal de Porriño, para aplicação de medidas de coação.
A vítima negociava na compra e venda de automóveis usados, entre Vigo e Porriño, e teria dívidas para com alguns galegos. A um dos detidos, deveria 500 euros.
"Eu conhecia bem o Carlos e não era por me dever 500 euros que ia matá-lo. Mas ele tinha dívidas com outras pessoas que lhe queriam mal", afirmou, à saída do tribunal, o suspeito que foi detido e libertado por uma juíza, na condição de não sair de Espanha.
Falando aos jornalistas, de costas e sob anonimato, aquele homem contou ainda que a vítima estava consigo antes de desaparecer. "Dois homens, exibindo crachás de polícias, levaram o Carlos, que estava comigo na minha oficina", afirmou.
A investigação tem ainda referenciado um casal que é suspeito de encobrimento do crime. Estes dois também foram detidos, mas vieram a ser libertados pela própria polícia, sem serem sequer presentes à juíza.