Judiciária conclui investigação sobre grupo familiar que, ao longo de três anos, sacou às vítimas 150 mil euros.
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Escondido no anonimato de anúncios da Internet, um grupo familiar burlou, ao longo de três anos, 143 pessoas às quais prometiam arrendar casas no Gerês ou no Algarve, a preços acessíveis. A Polícia Judiciária do Porto, que desmantelou o grupo no verão do ano passado, concluiu agora a investigação e estabeleceu que os suspeitos, do Grande Porto e de Coimbra, lucraram cerca de 150 mil euros. Há 20 arguidos, três deles estão em prisão preventiva.
Os mentores do esquema, que durou entre 2021 e o ano passado, começavam por identificar habitações de férias em sites especializados da Internet ou nas redes sociais. Copiavam as caraterísticas e fotos expostas nos anúncios verdadeiros.
“A atividade criminosa passava pela criação de perfis falsos nas redes sociais e plataformas de vendas online, com vista a aliciar potenciais interessados em arrendamentos de casas para férias, localizadas em várias zonas do país”, explica a PJ.
Facebook e OLX
De acordo com informações recolhidas pelo JN, os falsos anúncios publicitavam, no OLX e no Facebook, casas isoladas, maioritariamente no Gerês ou no Algarve, tendo em conta a elevada procura deste tipo de aluguer, quando a covid-19 ainda exigia cuidados sociais. Pediam entre 300 e 400 euros como reserva, que era paga através de transferências bancárias. Sem o saber, as vítimas mandavam o suposto sinal para contas de “mulas”, recrutadas pelo clã. Eram indigentes ou toxicodependentes que recebiam uns trocos para emprestar a identidade na abertura de contas.