Família da grávida da Murtosa recusa julgamento à porta fechada e recorre para a Relação do Porto
A família de Mónica Silva vai recorrer ao Tribunal da Relação do Porto para contestar que o julgamento da grávida da Murtosa decorra à porta fechada, como foi decretado pela juíza-presidente do coletivo do Tribunal de Aveiro, Diana Tavares Nunes.
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Aquela magistrada judicial, tal como as suas duas juízas-adjuntas, Susana Maria Cajeira e Dora Isabel Duarte, decidiram que o julgamento se realize em audiências sem público e sem jornalistas.
António Falé de Carvalho, advogado que representa a família da vítima, vai formalizar o recurso ainda esta semana. A decisão foi tomada depois de realizada uma reunião com os familiares de Mónica Silva.
Segundo revelou ao JN aquele advogado penalista: "eu já tinha uma ideia formada a esse respeito, não tinha quaisquer dúvidas que devia recorrer, mas a decisão coube como sempre à família da infeliz vítima, a Mónica Silva".
António Falé de Carvalho, que representa o viúvo e os dois filhos menores da vítima, acredita "ser uma decisão legítima [determinar a exclusão de publicidade] e de quem é competente para o efeito", mas, afirma: "eu entendo que o Tribunal foi longe demais".
Esta terça-feira, o Tribunal de Aveiro comunicou aos jornalistas que já não poderão consultar o processo, apesar de todos os autos não se encontrarem sequer abrangidos por segredo de justiça há quase meio ano.
O único acusado pelo homicídio da grávida desaparecida da Murtosa, o economista e empresário Fernando Valente, continua em prisão domiciliária.