Família de morto com 16 golpes de sabre recorre a peritos privados para forçar julgamento
Pedro Fanico foi atingido com 16 golpes de espada e um juiz libertou o autor confesso, por acreditar num caso de legítima defesa. A família da vítima recorreu a uma empresa privada de peritos forenses para tentar demonstrar que houve excesso de legítima defesa e levar o arguido a julgamento por homicídio.
Corpo do artigo
Pedro Fanico não resistiu aos 16 golpes de sabre com que foi atingido, numa quinta turística de Montemor-o-Novo, em 30 de agosto de 2023, e o autor confesso da sua morte, Pedro Gonçalves, não foi acusado de qualquer crime. O juiz de instrução criminal (JIC) deu como válida a tese de que “matou para não morrer”, mas a família da vítima recorreu à ciência forense privada para tentar demonstrar que o agressor desferiu “diversos e violentos golpes” com a intenção de matar.
Dois dias depois de ter sido internado no Hospital Garcia de Orta, em Almada, devido a uma psicose, Pedro Fanico rumou, pela madrugada, a Cortiçadas de Lavre, em Montemor-o-Novo, e foi já entre as 6.30 e as 7 horas que abriu a porta da casa da Quinta Alada, propriedade de uma sua amiga e do companheiro desta, Pedro Gonçalves. Segundo deu como provado o JIC de Évora, Gonçalves acordou com o barulho e, logo depois, viu Fanico a empunhar uma faca e a tentar agredi-lo. O piloto de aviões fugiu para a sala e ainda foi perseguido por Pedro Fanico que, porém, acabaria por regressar ao exterior da habitação logo de seguida.