Uma marcha para “pedir o corpo” da grávida de sete meses desaparecida da Murtosa junto dos familiares do principal suspeito e único preso preventivo vai ser realizada na tarde de amanhã, quinta-feira, no centro daquela vila do distrito de Aveiro.
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Mónica Silva, de 33 anos, desaparecida desde a noite de 3 de outubro, que tem dois filhos menores, de 14 e 11 anos, tem sido alvo de buscas, oficiais e particulares, mas todas sem êxito, o que levou os seus mais diretos familiares a promoever a marcha.
A porta-voz da família, Filomena Silva, revelou esta terça-feira ao JN “tratar-se de uma marcha para sensibilizar quem não só matou a Mónica como não revela onde escondeu o corpo, deixando-nos em desespero constante, em especial os seus filhos”.
“Durante a marcha vamos apelar a que nos digam finalmente onde esconderam o corpo da Mónica, para fazermos um funeral digno, porque o Natal está à porta e o nosso sofrimento é indescritível, este ano não vamos ter Natal”, afirma Filomena Silva.
Fernando Valente, de 38 anos, empresário e contabilista, divorciado, está preso preventivamente desde 18 de novembro, na Cadeia de Aveiro, indiciado por alegados crimes de homicídio qualificado, de profanação e ocultação de cadáver e de aborto agravado.
O principal arguido, que manteria um relacionamento com Mónica Silva, ainda antes de ter sido detido negou sempre qualquer tipo de envolvimento no caso da desaparecida, grávida com sete meses de gestação, desmentindo igualmente ser o pai do feto.
Logo no dia seguinte ao desaparecimento, Celeste Silva, mãe da desaparecida, apresentou queixa no Posto da GNR da Murtosa, dando conta de que a filha se teria ido encontrar com Fernando Valente, já na noite em que deixou de ser vista, em 3 de outubro.
A Polícia Judiciária de Aveiro deteve Fernando Valente no dia 15 de novembro, ocasião em que recolheu vestígios hemáticos, em buscas na Murtosa (freguesias da Murtosa, do Bunheiro e da Torreira), Carvalhos (Vila Nova de Gaia) e Cuba do Alentejo.
Nos últimos dias, a Polícia Judiciária fez buscas nas traseiras de uma das casas de Fernando Valente, nas imediações de uma nova superfície comercial e das antigas instalações da Escola EB2+3 Padre António Morais da Fonseca, no centro da Murtosa.
Essas buscas resultaram infrutíferas, assim como aquelas que uma empresa de mergulhadores de Ílhavo já realizara na Ria de Aveiro, à volta da Ponte da Varela, entre a Murtosa e a Torreira, solicitadas pelos familiares da vítima.
A família de Mónica Silva tem desde as primeiras horas do desaparecimento realizado buscas na Murtosa, entre os canais da Ria de Aveiro, bem como em terrenos daquele concelho e em pinhais entre a Torreira e São Jacinto, onde chegou a fazer covas.