A Esquadra do Infante da PSP, a maior no centro do Porto, encerrou o atendimento ao público, entre as 8 e as 16 horas, neste fim de semana, por falta de pessoal. Esta decisão, alegam diversas entidades, prova a falta de polícias na segunda maior cidade do país e pode colocar em causa a segurança nesta zona turística. Não muito longe, na rua do Heroísmo, a 3.ª esquadra fechou o atendimento das 16 horas até à meia-noite.
Corpo do artigo
Os avisos expostos na porta da Esquadra do Infante informam que o atendimento ao público está encerrado até às 16 horas, "por imperativos de ordem operacional". É a primeira vez que a maior esquadra do centro do Porto teve de implementar uma medida que impede, por exemplo, que se possa apresentar uma queixa. Em causa estará a falta de efetivos.
Para o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, Paulo Santos, esta "realidade é, infelizmente, transversal a muitas esquadras e, cada vez mais, se constata nos maiores comandos da Polícia". "Os profissionais estão mais sobrecarregados com trabalho, mas os cidadãos também vão sofrer com a continuidade da política da restrição e do corte" do Executivo, acrescenta.
O presidente da Associação de Bares e Discotecas da Movida do Porto, Miguel Camões, também vê "com preocupação a diminuição de efetivos policiais na cidade". "Estamos num pico de turismo e é preciso agentes para garantir a ordem pública", justifica.
Miguel Camões defende ainda que o fecho de uma esquadra do centro da cidade "tem maior impacto", por estar num local que atrai milhares de pessoas. "Ninguém fica descansado e fazemos um apelo à contratação de polícias", refere.
O mesmo apelo é feito pelo presidente da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto, Nuno Cruz. "Não vejo com bons olhos esta solução. Precisamos de mais polícias e é necessário reforçar, urgentemente, o efetivo da PSP no Porto", sustenta. O autarca lembra que "os moradores já se vinham queixando de que não havia resposta rápida da PSP às solicitações" e esta medida vem "confirmar o que toda a gente vê". "A falta de efetivo vem-se arrastando", conclui.
Exemplo disto mesmo é o facto de a 3ª esquadra (Rua do Heroísmo), também estar com limitações no atendimento que está fechado entre as quatro horas da tarde e a meia-noite neste fim de semana.