Em apenas um mês, os termómetros da Justiça já mostraram estar mais quentes que o verão dos portugueses. Desde o dia 5 de junho, seis buscas do Ministério Público (MP) e da Polícia Judiciária (PJ) tiveram como alvo organismos estatais, relacionadas com alegadas práticas de corrupção e abuso de poder. As diligências na ADSE, em Lisboa, anteontem, contribuíram para aumentar o manto de suspeitas sobre as instituições públicas.
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Vários operadores judiciais ouvidos pelo JN admitem que a catadupa de investigações que viram agora a luz do dia deve-se somente às férias judiciais, que se iniciam a 15 de julho, e à necessidade de evitar o adiamento de diligências devido ao verão. Mas há também quem veja nestas incursões o fim da "cultura diplomática de se evitar tocar em políticos e gestores do Estado", a meses da atual procuradora-geral da República, Joana Marques Vida, terminar o mandato.