Fernando e Sandra Madureira “comandavam fila de credenciação” na Assembleia Geral
Um sócio do F. C. do Porto que foi atingido por uma garrafa de água na cara, durante a Assembleia Geral Extraordinária do clube, no dia 13 novembro de 2023, viu Fernando e Sandra Madureira a comandarem a fila de credenciação e, “como mestres de logística”, a indicarem às pessoas onde se podiam sentar no auditório.
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Já no pavilhão, o sócio em casa viu Vitor Catão a distribuir garrafas de água subtraídas do bar e assistiu às agressões a Henrique Ramos e a algumas pessoas na bancada Norte. A dado momento, levou com uma garrafa de água na cara, tendo ficado a sangrar do lábio e com um hematoma, mas não sabe quem a terá arremessado.
A seu pedido, sem a presença dos arguidos na sala, Pedro R., descreveu um ambiente tenso, de grande confusão e intimidação, com muitos berros e insultos (como “ingratos, betinhos e filhos da p*) a todos os que identificavam como não estando alinhados com a direção do F. C. Porto. No interior do auditório, ouviu cânticos “extremamente agressivos, pelo tom, pela expressão corporal e pela forma como se movimentavam” as cerca de 40 ou 50 pessoas que os entoavam na parte de trás da sala.
Ao entrar no Dragão Arena, o gestor de 51 anos viu Vítor Catão a distribuir garrafas de água que tinham sido subtraídas do bar no piso inferior, mas não o viu a atirar nenhuma. Ainda antes de se terem iniciado os trabalhos, já havia várias pessoas a sair. “O ambiente estava muito tenso. Lourenço Pinto queria iniciar a assembleia, mas muito sócios insurgiram-se porque ainda havia muitas pessoas do lado de fora”, explicou.
"Nós sabemos quem vocês são", disseram
Antes, disse que Fernando e Sandra Madureira tinham estado a controlar a fila de credenciação na entrada P1: “Basicamente estavam a comandar a fila. Puxavam pessoas que estavam atrás e metiam-nas mais à frente e eram acreditadas.” Além dos insultos, admitiu que sentiu “receio” quando os ouviu dizer a frase “Nós sabemos quem vocês são”.
O gestor admitiu que foi membro suplente da lista de Villas-Boas ao Conselho Superior mas que, à data dos factos, não tinha qualquer relação com o atual presidente portista. Garantiu que não sabe como foi identificado uma vez que não apresentou queixa da agressão. Foi notificado para prestar depoimento por carta da PSP no verão do ano passado e que foram as autoridades que lhe mandaram fazer um exame médico no Instituto de Medicina Legal. “Estranhei porque já não tinha nenhuma lesão, mas, mesmo assim, fui”, relatou.
Pedro R. explicou que, na noite da Assembleia Geral Extraordinária, chegou pelas 20.30 horas e que esteve na fila cerca de 10 minutos com cinco ou seis amigos, alguns dos quais amigos de André Villas-Boas. Após ouvirem petardos a rebentar e insultos na entrada do P1, alguns elemento do seu grupo foram à frente da fila. Depois, chamaram Pedro e os outros amigos e acabaram todos por se acreditar na mesa, que, descobriu depois, estaria reservada para elementos da direção e trabalhadores, admitindo que terá violado as regras da fila.