O juiz de instrução criminal Pedro Miguel Vieira vai interrogar Fernando Madureira esta segunda-feira. Líder dos Super Dragões será confrontado com aos vídeos captados durante a assembleia geral, mas também com mensagens de telemóveis apreendidos aos arguidos, na Operação Pretoriano.
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Considerado como o principal arguido do processo, o líder da claque dos Super Dragões é o último a ser ouvido, entre os sete que manifestaram vontade de falar. Madureira é suspeito de ter premeditado e operacionalizado o silenciamento das vozes da oposição interna durante a assembleia geral (AG) extraordinária do passado mês de novembro.
O Ministério Público (MP) tem agora novas provas que incriminam Madureira. São as mensagens de áudio, de vídeo e escritas que foram apreendidas nos telemóveis de quatro dos arguidos. Esses conteúdos, que provêm da primeira peritagem feita aos equipamentos de Vítor Catão ou de Fernando Saul, além de Tiago Aguiar e de outro arguido, atestarão da premeditação do uso de violência para calar os opositores durante a AG.
“Definiram o que deveria ser posto em prática para que lograssem a aprovação da alteração dos estatutos em benefício de todos os envolvidos e sem perda de regalias, designadamente vendo garantidos os seus ganhos tirados da bilhética para os jogos de futebol”, garante o MP, que diz que a alteração dos estatutos era importante para os interesses da atual direção do clube.
A investigação da PSP acredita que, para garantir o objetivo, os suspeitos quiseram colocar no espaço reservado para a assembleia geral uma “massa humana por si controlada”, que provocou agitação e constrangimento junto dos sócios que queriam exercer livremente o seu direito de voto.
Também Fernando Saul deve ser hoje ouvido pelo juiz. O arguido pediu ao tribunal para voltar a ser interrogado.