Fernando Valente, acusado de assassinar a grávida desaparecida da Murtosa, começou esta segunda-feira a prestar declarações, no início do julgamento, em Aveiro, voltando a negar qualquer envolvimento no homicídio ou no desaparecimento de Mónica Silva.
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O empresário e economista Fernando Valente, de 37 anos, reforçou no essencial o que declarara já à juíza de instrução criminal, em novembro de 2023, quando ficou em prisão preventiva e depois domiciliária. Os jornalistas e o público foram impedidos de assistir ao julgamento, mas, segundo apurou o JN, o arguido decidiu falar acerca do caso e voltou a negar que fosse o pai do feto com sete meses.
Fernando Valente reiterou que apenas manteve relações sexuais com Mónica Silva nos primeiros dias de janeiro de 2023, pelo que, segundo as suas contas, nunca poderia ser o pai. Desde então, terão mantido apenas relações sexuais virtuais, uma versão que o Ministério Público nunca aceitou, "uma vez que o arguido e a vítima moravam perto um do outro".
Depois de Fernando Valente terminar o seu depoimento, foram ouvidas as declarações (gravadas para memória futura) do filho mais novo da vítima, que confirmou o relacionamento da mãe com o arguido Fernando Valente.
O rapaz, agora com 13 anos, foi inquirido em dezembro de 2023, dois meses e meio depois de a mãe ter sido dito aos dois filhos menores que ia só "tomar um café", mas nunca mais ter voltado.
No seu depoimento, o rapaz, então com 11 anos, afirmou na presença de uma juíza de instrução que a mãe "falava muito com o Fernando", referindo-se ao arguido. Disse ter assistido às conversas em alta voz e ainda trocas de mensagens "com o Fernando", dizendo que não conhecia nenhum outro relacionamento amoroso à mãe.
Viúvo da vítima faltou por estar em Inglaterra
André Pataca, viúvo de Mónica Silva, que esta tarde deveria comparecer para testemunhar no caso da sua mulher, não compareceu no julgamento, que decorrerá sempre à porta fechada, porque se encontra a trabalhar como pescador na costa de Inglaterra.
Nas declarações prestadas à PJ de Aveiro durante a investigação, Pataca disse que o seu filho mais velho o contactou, quando estava a trabalhar na costa de Inglaterra, dizendo-lhe que Mónica Silva tinha saído, para se encontrar com Fernando Valente. Mais tarde, ao voltar a Portugal, em novembro de 2023, soube por familiares que Mónica Silva estaria grávida do empresário.
André Pataca, o viúvo da vítima, representado pelos advogados António Falé de Carvalho e Lúcia Peres Ricon, solicitou ao Tribunal de Júri que condene o arguido, Fernando Valente, a pagar uma indemnização de 550 mil euros. Aquando do desaparecimento de Mónica Silva já estava separado da vítima, mas o divórcio ainda não tinha sido decretado judicialmente.
A juíza-presidente do Tribunal do Júri, Diana Tavares Nunes, que agora julga o caso era quem há três anos estava com o processo ainda em curso do divórcio.
Esta terça-feira, o tribunal deve ouvir dois inspetores da PJ