Os filhos do embaixador iraquiano em Lisboa admitiram as agressões a Rúben Cavaco. Contam que lhe deram murros e o pontapearam no chão.
Corpo do artigo
Haider e Ridha, filhos do embaixador do Iraque em Portugal, suspeitos de agredir um jovem em Ponte de Sor, justificam as agressões a Rúben como uma resposta à violência.
Contaram que foram agredidos por um grupo, do qual fazia o jovem que está internado no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e depois, insultados e agredidos por Rúben Cavaco.
"Não aguentei mais. Por isso corri atrás dele e comecei a agredi-lo", disse um dos jovens, em declarações à SIC Notícias. "Dei-lhe murros e, quando dei por isso, o meu irmão também tinha vindo e estava a ajudar-me", acrescentou.
"Um minuto depois, [Rúben] estava no chão, dei-lhe pontapés com ele no chão. Depois, o meu irmão disse-me para parar porque ele estava no chão e não havia mais nada a fazer", detalhou um dos jovens, depois de ter contado como tinham chegado a este extremo.
5352254
Os incidentes começaram à porta de um bar, na avenida 25 de Abril, em Ponte de Sor. "Quando saímos, dirigi-me para o carro e entrei", contou um dos rapazes. "Infelizmente, o meu irmão não teve tempo de entrar no carro. Um grupo de rapazes, incluindo o Rúben, cercou-o", acrescentou, num novo excerto da entrevista exclusiva dos rapazes à SIC, divulgado esta tarde.
O outro gémeo sublinhou que um dos elementos do grupo queria atacar o irmão. "Estava a tentar acalmá-lo, fazendo uma barreira com as mãos para ele não avançar", explicou. "Quando dei por mim, estava a ser atacado por seis pessoas. Estavam a passar-me entre eles como se eu fosse uma bola".
"Em minoria", os jovens ainda tentaram "dar luta", mas acabaram por ir embora. Voltaram mais tarde, para "recolher alguns pertences que tinham caído no incidente" e encontraram Rúben Cavaco, aparentemente sozinho.
"Viu-nos e começou a falar connosco em português. Disse algo que não conseguiu compreender. Era muito evidente que estava a falar num tom agressivo, como se estivesse a querer começar outra luta", contou um dos gémeos, sustentando que se aproximou do jovem português para o tentar perceber e acalmar.
"Disse-me mais coisas em português, que não entendi, e nesse momento voltou a agrediu-me, na cara e no ombro e desatou a correr", contou. "Senti-me extremamente insultado, também por causa das agressões anteriores, e não podia tolerar mais", acrescentou, admitindo que correu atrás de Rúben e que o agrediu.
O jovem português sofreu várias fraturas e um traumatismo craniano. Esteve em coma vários dias e saiu esta terça-feira dos cuidados intensivos do Hospital de Santa Maria.
5351561
Os jovens admitem que "nada justifica" o nível de violência que a situação atingiu, pedem desculpas a Rúben e à família do jovem e dizem estar "prontos a assumir as responsabilidades" dos próprios atos.
"Não estou a escudar-me na imunidade diplomática", argumentou um dos jovens, perante a concordância do outro.