
Iara Gonçalves (na foto à esquerda), filha de Marco "Orelhas", é uma das arguidas do processo
Foto: Carlos Carneiro
Iara e Marcos Gonçalves, filhos do membro da claque Super Dragões conhecido por Marco “Orelhas”, foram condenados, esta terça-feira, por ofensas à integridade física, num arraial de São João, em 2022.
Iara foi condenada a uma pena de dois anos e dois meses de prisão, suspensa por um período de dois anos e meio, e Marcos Gonçalves a uma pena de dois anos e um mês de prisão, suspensa também por dois anos e meio, num caso que envolve agressões num arraial de São João, em 2022.
Tal como previsto, os arguidos foram condenados pelo crime de ofensa à integridade física, e não de tentativa de homicídio, e a juíza considerou, ao proferir a sentença, que ficou provado que este caso nada tem a ver com o homicídio de Igor Silva, pelo qual o pai dos dois arguidos foi condenado a 18 anos de prisão.
Além de Iara e Marcos, também Adolfo Monteiro, namorado de Iara, foi condenado a três anos e dez meses de prisão, suspensa por um período de quatro anos, e Raquel Rocha, namorada de Renato Gonçalves, foi condenada a um ano e dez meses de prisão, suspensa por dois anos.
Estava previsto que a sentença fosse proferida a 11 de fevereiro, mas o coletivo de juízes do Tribunal de São João Novo alterou a qualificação jurídica dos crimes pelos quais os quatro arguidos estavam acusados: a tentativa de homicídio caiu por terra e os indivíduos responderam apenas pelo crime de ofensas à integridade física.
Agressões no Jardim da Corujeira
Na comunicação a arguidos e advogados, os juízes deram então por indiciado que Raquel Rocha se envolveu, no arraial no Jardim da Corujeira, em confrontos com Jéssica Amorim, amiga de Igor Silva. Diogo Amado, namorado de Jéssica, também foi atingido a murro, a pontapé e com uma faca com dez centímetros de lâmina pelo grupo agressor, que ameaçou, em alusão a Igor Silva: “Vais ter com o preto!”.
Jéssica e Diogo fugiram para casa, ali perto, mas esqueceram-se da chave na porta e, quando regressaram ao exterior para a recuperar, foram provocados por Marcos Gonçalves, que os tinha seguido.
O pai de Jéssica, Manuel Amorim, saiu à rua para levar a filha para casa. Mas, quando estava de costas e a cerca de dois metros de Adolfo, “este, sem qualquer motivo, com o propósito de o atingir na sua integridade física, apontou a pistola que trazia consigo e disparou, atingindo Manuel Amorim na coxa”.

