O grande incêndio da Madeira teve origem no lançamento de foguetes, durante uma festa particular, na localidade de Serra de Água, concelho da Ribeira Brava. Três suspeitos foram identificados e a investigação continua para apurar todo o circunstancialismo da ignição que provocou um dos maiores incêndios do ano.
Corpo do artigo
De acordo com informações recolhidas pelo JN, os foguetes foram lançados no dia 14 de agosto, num encontro familiar privado que coincidiu com as festividades e procissão em honra da Nossa Senhora da Ajuda de Serra de Água. O uso de material pirotécnico estaria autorizado pela PSP, uma vez que, à data, o lançamento de foguetes ainda não estava proibido.
“O uso deste material nada tem a ver com o arraial organizado pela comissão de festas. Pelo que sabemos, houve lançamento de foguetes por parte de família e uma delas tinha autorização da Polícia para o fazer”, revelou ao JN a presidente da junta, Albertina Ferreira.
A autarca realçou o facto de, no dia 14, não estar em vigor o aviso laranja. “É claro que são situações que não deveriam acontecer, mas, nesse dia a temperatura não estava alta. Só subiu sete graus após ter começado o incêndio e depois de ter sido decretado o aviso laranja a descarga de fogo prevista para a festa foi cancelada”, disse.
Segundo a Polícia Judiciária, “a investigação realizada, designadamente através da recolha de depoimentos com relevo, análises de circunstâncias, informação meteorológica, informação oficial de várias entidades, bem como análise indiciária de vários elementos, permitiu identificar quer o local, quer os responsáveis pelo lançamento dos foguetes”. Pelo que apurámos, três pessoas já foram identificadas e uma delas já foi constituída arguida pelo crime de incêndio, cometido em contexto de negligência.
Durante o incêndio, que durou 13 dias, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores foram regressando a casa.
O combate às chamas foi dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas, segundo o Governo Regional, não houve registo de feridos ou de destruição de casas e infraestruturas públicas essenciais, embora algumas pequenas produções agrícolas tenham sido atingidas, além de áreas florestais.