O diretor de comunicação do F. C. Porto, Francisco J. Marques, foi pronunciado e vai ser julgado por dois crimes de violência doméstica agravados contra a ex-companheira e a filha. Depois de ter sido acusado pelo Ministério Público, a juíza de instrução criminal confirmou a acusação na íntegra.
Corpo do artigo
De acordo com o despacho de pronúncia, a que o JN teve acesso, o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto concluiu que, "se a prova indiciária recolhida no inquérito for repetida no julgamento, é mais provável a condenação do arguido pelos crimes por que vem acusado" pelo Ministério Público. "Na verdade, o comportamento descrito e tido por suficientemente indiciado é claramente demonstrador de uma conduta desviante e humilhante por parte do arguido relativamente à ofendida, sua ex-companheira e mãe da sua filha, que não se reconduz apenas aos insultos e a expressões depreciativas, mas que incluem ainda ameaças de morte e comportamentos persecutórios ao forçar insistentemente contactos não desejados pela ofendida, perseguindo-a e abordando-a presencialmente inclusivamente em locais públicos e perante terceiros", lê-se na decisão da magistrada Filipa Azevedo.
Segundo a decisão instrutória, apesar da separação do casal, Marques quis "manter sobre a assistente, a todo o custo, uma posição de domínio e de controlo sobre a sua vida, conduta essa reiterada e prolongada no tempo". Apesar de entender que o diretor de comunicação do F. C. Porto não se reveja em determinados comportamentos adotados, "situando-os num período de particular instabilidade emocional", isso não o isenta da sua "responsabilidade penal".