Um funcionário da TAP foi detido pela PJ durante a operação que visou desmantelar um esquema em que peças usadas eram vendidas como novas a companhia aéreas, através da falsificação dos documentos de certificação.
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Foram presas duas outras pessoas, ligadas ao dono da empresa inglesa responsável pela venda das peças, que já foi detido pelas autoridades britânicas.
As primeiras suspeitas surgiram nos serviços de manutenção da TAP em 2023. Os técnicos repararam que as peças supostamente novas já apresentavam desgaste e sinalizaram as desconfianças. A hierarquia da TAP proibiu imediatamente a utilização das peças proveniente deste fornecedor e fez um inventário daquelas já tinha sido colocadas em motores para as trocar.
Foi alertada a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (AESA) e outras entidades para que fosse preservada a segurança dos aviões. É que a empresa sob suspeita fornecia várias companhias aéreas em vários países europeus.
“Em momento prévio à apresentação da denúncia, a operadora aérea comunicou a deteção dos componentes suspeitos às entidades nacionais e internacionais competentes em matéria de segurança da navegação aérea, contribuindo assim para a mitigação de quaisquer riscos e para uma rápida intervenção das autoridades de segurança aeroportuária a nível internacional”, adiantou a PJ.
No final de 2023, as autoridades britânicas detiveram o responsável pela empresa AOG Technics. Em Portugal, a investigação procurava identificar quem estaria a facilitar a compra de peças usadas e perceber o circuito dos documentos de certificação forjados.
Esta quarta-feira foram cumpridos dez mandados de busca nas regiões de Lisboa, Margem Sul, Alentejo, Algarve e interior do país. Os mandados emitidos pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal também previam a detenção de três suspeitos, que estão indiciados pelos crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, administração danosa, atentado à segurança de transporte por ar, branqueamento, corrupção passiva, corrupção com prejuízo do comércio internacional e fraude fiscal.