O funcionário da TAP e as duas outras pessoas detidas por suspeitas de estarem envolvidas num esquema de venda de peças usadas, apresentadas como novas a companhia aéreas, foram, esta sexta-feira, colocadas em prisão preventiva.
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As três pessoas foram detidas, esta semana, pela Polícia Judiciária por crimes de burla e falsificação de documentos. O gestor da TAP terá aceitado comprar peças para motores de avião, já desgastadas, mas apresentadas como novas e munidas de certificações falsificadas. Os dois outros arguidos serão os vendedores, ligados a uma empresa sediada no Reino Unido, já visada pela justiça daquele país.
As primeiras suspeitas surgiram nos serviços de manutenção da TAP em 2023. Os técnicos repararam que as peças supostamente novas já apresentavam desgaste e sinalizaram as desconfianças. A hierarquia da TAP proibiu imediatamente a utilização das peças proveniente deste fornecedor e fez um inventário daquelas já tinha sido colocadas em motores para as trocar.
Foi alertada a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (AESA) e outras entidades para que fosse preservada a segurança dos aviões. É que a empresa sob suspeita fornecia diversas companhias aéreas em vários países europeus.
“Em momento prévio à apresentação da denúncia, a operadora aérea comunicou a deteção dos componentes suspeitos às entidades nacionais e internacionais competentes em matéria de segurança da navegação aérea, contribuindo assim para a mitigação de quaisquer riscos e para uma rápida intervenção das autoridades de segurança aeroportuária a nível internacional”, adiantou a PJ, num comunicado emitido na quarta-feira.
No final de 2023, as autoridades britânicas detiveram o responsável pela empresa AOG Technics. Em Portugal, a investigação procurava identificar quem estaria a facilitar a compra de peças usadas e perceber o circuito dos documentos de certificação forjados.
Na quarta-feira, foram cumpridos dez mandados de busca nas regiões de Lisboa, Margem Sul, Alentejo, Algarve e interior do país. Os mandados emitidos pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal também previam a detenção de três suspeitos, que estão indiciados pelos crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, administração danosa, atentado à segurança de transporte por ar, branqueamento, corrupção passiva, corrupção com prejuízo do comércio internacional e fraude fiscal.