Faltam 20 funcionários judiciais só no Palácio da Justiça em Guimarães, na Comarca de Braga o déficit ronda os 50.
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A greve dos funcionários judiciais que começou no passado dia 29 de maio afetou, esta sexta-feira, os tribunais da Cidade Berço. Esta greve, prevista para durar até 14 de julho, está a decorrer num “modelo original”, variando de uma comarca para outra e até dentro do mesmo tribunal entre serviços. A paralisação no Palácio da Justiça e nas Varas Mistas, em Guimarães, afetou a primeira hora de trabalho e teve uma adesão de quase cem por cento.
Os funcionários reivindicam melhores salários, pagamento de horas extra, contratação de pessoal e melhores condições de trabalho. “A situação da justiça é pior que durante a pandemia”, refere António Marçal, do Sindicato do Funcionários Judiciais. “O primeiro-ministro tem de tomar medidas”, defende este responsável sindical. “Na comarca de Braga faltam 49 funcionários”, acrescenta.
Uma das principais queixas dos funcionários judiciais prende-se com a falta de meios humanos. No Palácio da Justiça de Guimarães, onde deviam trabalhar 80 funcionários judiciais, estão 60 colocados. Destes, vários estão de baixa e alguns com baixa prolongada. Esta situação leva a que os elementos que estão ao serviço tenham que trabalhar mais horas para cumprir com o trabalho nos prazos obrigatórios, referem. “As horas que fazemos aqui são feitas em grande stress porque há muitos processos que nos exigem horas extra para dar resposta”, aponta Nuno Azevedo, funcionário no Tribunal Judicial de Guimarães.
Os funcionários judiciais ameaçam levar a greve até ao dia 14 de julho se, entretanto, não tiverem respostas do Governo a questões relacionadas com promoções e a carreira, integração do suplemento de recuperação processual no vencimento, rejuvenescimento da classe com contratação de pessoal e melhoria das condições de trabalho.