O funeral da comerciante de 48 anos que morreu durante um ritual espiritual, no rio Neiva, em Alvarães, Viana do Castelo, foi marcado para terça-feira, às 11 horas, em Darque, naquele mesmo concelho. A autópsia será efetuada na segunda-feira no Gabinete Médico-Legal do centro hospitalar do Alto Minho.
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A morte de Teresa da Conceição Calçada Pinto, natural de Darque e que atualmente se encontrava a residir em Aldreu, Barcelos, e possuía uma loja de pronto a vestir na freguesia vizinha de Fragoso, está a ser investigada pela Polícia Judiciária de Braga.
Recorde-se que a comerciante faleceu na quinta-feira à tarde, na “Azenha da Almerinda”, em Alvarães, após ter subido a uma cascata para atirar flores ao rio. Estava acompanhada por duas vizinhas do seu estabelecimento em Fragoso, a quem pedira ajuda para poder realizar um ritual, supostamente recomendado por uma médium e que envolvia flores e uma pomba, que esta última terá ido levar ao local da tragédia.
As circunstâncias em que Teresa morreu ainda estão por esclarecer. A PJ de Braga, que foi chamada ao local por se tratar de uma situação que a GNR considerou suspeita, está a investigar uma de três possibilidades: queda acidental ao rio, a própria vítima ter-se atirado ou ter sido empurrada por uma das companheiras de ritual.
Contactada pelo JN no dia seguinte ao ocorrido, fonte da PJ, informou que a investigação tem em vista “esclarecer” o caso. “Há questões que a GNR [que num primeiro momento tomou conta a ocorrência] interpretou como duvidosas. Estamos para esclarecer. Não quer dizer que haja crime”, declarou a fonte.
Segundo o Comando de Emergência e Proteção Civil do Alto Minho, cerca das 17.03 horas, de 9 de maio, foi recebido um alerta para uma situação de “queda ao rio”, na Rua da Azenha, que liga à “Azenha da Almerinda”.
Para a ocorrência foram mobilizados meios dos Bombeiros Sapadores de Viana do Castelo, Cruz Vermelha de Neiva, VMER do Alto Minho e GNR, que ao chegarem ao local, se depararam com “a vítima na água”. Foi resgatada e submetida a manobras de reanimação, mas não sobreviveu.
As motivações de Teresa Pinto, casada e mãe de duas filhas maiores de idade, permanecem ocultas. No dia da tragédia, familiares e pessoas próximas que foram à azenha, relataram que Teresa foi ali porque “queria oferecer um ramo”, subiu a uma cascata e caiu à água.
Teresa Pinto era tida como uma pessoa “querida” pela população tanto na zona de Viana do Castelo, onde chegou a ter uma frutaria como, atualmente, em Fragoso, onde tinha a loja, e Aldreu, onde residia. A sua morte deixou a comunidade de Darque em choque.