O grupo acusado de assaltar prostitutas em apartamentos do Grande Porto foi condenado pelo Tribunal de S. João Novo, onde os cinco arguidos, que se faziam passar por clientes para abordar as vítimas, confessaram parcialmente os roubos, cometidos em 2022.
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Ricardo Turé, um ex-treinador adjunto das camadas jovens do Leixões foi o único a apanhar prisão efetiva: seis anos de prisão.
Segundo o acórdão, a que o JN teve acesso, Turé foi o que mais prostitutas assaltou. Cometeu seis crimes de roubo em cinco situações distintas. Os restantes arguidos, que foram sentenciados com penas de entre um a quatro anos de prisão, suspensa na execução, ainda terão de pagar indemnizações às mulheres que eram contactadas através do WhatsApp e selecionadas através do site de acompanhantes “Apartado X”.
Os arguidos foram detidos pela Polícia Judiciária do Porto depois de uma série de roubos. O primeiro assalto foi cometido a 17 de junho de 2022, num apartamento da zona da Costa Cabral, na rua Artur Paiva, no Porto. Um dos arguidos telefonou, através da aplicação de chamadas encriptadas WhatsApp, à vítima, alegando querer marcar um atendimento. “Agarrou a ofendida pelo pescoço e arrastou-a para o quarto, única divisão que tinha a porta aberta, onde a manteve manietada, ao mesmo tempo que lhe dizia que queria dinheiro”, lê-se no acórdão do tribunal.
Depois, três cúmplices, não identificados, também entraram no apartamento e remexeram a casa para encontrar 140 euros, que levaram.
Já a 8 de julho, foi na cidade de Gaia, na rua Escola de Laborim, que o grupo atacou. Um dos arguidos ligou para a prostituta a marcar um serviço sexual e, quando chegou à casa, a vítima foi logo sequestrada e agredida. Ameaçada com uma arma de fogo, revelou que guardava 200 euros numa meia de uma sapatilha no armário.
Não ficou provado que o ex-treinador Ricardo Turé tivesse tido intervenção nos dois primeiros roubos, mas foi dado como provado ter sido ele quem, fazendo-se passar por cliente, ligou a uma prostituta a 28 de setembro. Num apartamento, situado próximo da Rua de Latino Coelho, havia três mulheres que acabaram por ser roubadas por Turé e um cúmplice, não identificado. Roubaram 440 euros.
As duas outras vítimas foram assaltadas, através do mesmo método, em novembro e dezembro, também na cidade do Porto.