Tribunal de Penafiel condena a prisão efetiva responsáveis por vaga de assaltos no Norte que durou três meses em 2019.
Corpo do artigo
Um gangue arrecadou mais de 196 mil euros em 34 assaltos, feitos em apenas três meses, a empresas do Norte do país. O grupo atuava a coberto da noite e seguindo um plano traçado após o estudo do local. Dois dos cinco ladrões identificados, todos romenos, foram condenados a nove e 12 anos de prisão. Também serão expulsos do país após o cumprimento da pena. Um terceiro elemento, que participou num só furto, foi condenado a uma pena suspensa de dois anos e três meses.
O Tribunal de Penafiel deu como provado, recentemente, que Viorel Craciun, de 45 anos, e Ionel Popovici, 34 anos, combinaram, com outros compatriotas, sair de Espanha para se instalarem em Portugal. No final de 2018, ambos arrendaram casas na zona de Adoufe, Vila Real, e era daqui que partiam para cometer os crimes.
Os furtos visaram empresas de construção civil, de móveis, bombas de gasolina e centros de inspeção automóvel e o método usado pelo gangue também era sempre o mesmo. Os ladrões deslocavam-se em duas carrinhas. Uma seguia à frente com um homem para ver se havia Polícia na zona. A outros cabia saltar a vedação e destruir, com uma marreta, os sistemas de alarme. Outros ainda tinham de descobrir o melhor local para se introduzirem nas instalações e, se necessário, rastejar para desligar os sensores de movimento. Um elemento aguardava no exterior que os sistemas de segurança fossem inutilizados e arrombava a porta para que todos pudessem entrar no edifício.
23 mil em cobre
Sempre munidos de luvas e gorros para ocultar a identidade, posteriormente todos percorriam o edifício para furtar tudo o que encontrassem de valor. Antes de o grupo abandonar o local, um dos membros tinha a incumbência de destruir ou furtar o aparelho de gravação do sistema de vigilância. Os cuidados do gangue eram tantos que a carrinha de fuga não aguardava no exterior das instalações a furtar. Após deixar os assaltantes, o condutor rumava a estações de serviço, a vários quilómetros de distância, para não chamar a atenção. Só regressava ao local do crime após ser chamado pelos companheiros.
O primeiro furto visou, em 10 de fevereiro de 2019, uma empresa de Amarante, da qual foram levados mais de 23 mil euros em tubos de cobre. Ainda foram furtados fios elétricos, uma caldeira a gás, computadores e 5600 euros de um cofre, num prejuízo superior a 53 mil euros. O grupo circulou por concelhos como Macedo de Cavaleiros, Viseu, Ponte de Lima, Barcelos, Paredes, Lousada, Felgueiras, Guimarães e Mangualde, atacando centros de inspeção e firmas de mobiliário ou de fabrico de sapatos. Numa empresa deste setor chegaram a levar 50 mil euros de um cofre. Numa de construção civil, em Vale de Cambra, os assaltantes também arrastaram um móvel para desembutir um cofre que guardava oito mil euros e foi cortado com uma serra elétrica.