Troca de componentes tornava as viaturas irreconhecíveis. Jovens não estudavam, nem trabalhavam e crime foi a única atividade de todos ao longo de um ano.
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Um gangue composto por cinco jovens, todos entre os 18 e os 21 anos, dedicou-se ao furto de bicicletas e ciclomotores em garagens coletivas de prédios localizados nos concelhos de Vila do Conde, Matosinhos, Maia e também de Vila Nova de Gaia. As viaturas eram, em seguida, desmanteladas e colocadas à venda na Internet por valores que chegaram aos mil euros. Os jovens agora detidos e identificados pela GNR de Matosinhos residem em Perafita e tinham como única ocupação a atividade criminosa. Dois deles já contam, inclusive, com antecedentes criminais por furto.
O grupo era organizado, hierarquizado e todos os cinco elementos sabiam perfeitamente qual o papel a desempenhar. O método utilizado também era sempre o mesmo. Os jovens saíam de Perafita, onde todos residem, para se dirigir a um prédio previamente selecionado. Uma vez no local, estroncavam uma das portas de acesso à garagem coletiva, invadiam o local e furtavam as bicicletas e ciclomotores ali estacionadas. Os ladrões mostravam especial interesse pelas viaturas de elevado valor, como as bicicletas usadas em competições de BTT. Um prédio chegou a ser assaltado quatro vezes.
Na posse dos objetos furtados, o gangue regressava a Perafita e, num anexo da habitação de um dos membros, desmantelava as bicicletas para trocarem, entre elas, os diferentes componentes. Havia, assim, bicicletas montadas com quadro, manípulo, pedais e travões de diferentes viaturas, o que tornava impossível que os proprietários as reconhecessem.
Depois deste trabalho de mecânica, as viaturas eram fotografadas num segundo anexo da mesma casa e colocadas à venda através do site OLX. Algumas delas foram comercializadas por valores superiores a mil euros.
Mais de 30 bicicletas terão sido furtadas
Este método permitiu que o grupo furtasse e vendesse cerca de 30 bicicletas e ciclomotores ao longo do último ano, sem que nenhum dos seus membros fosse apanhado pelas autoridades. Contudo, diligências efetuadas pelo Núcleo de Investigação Criminal de Matosinhos da GNR permitiram identificar o gangue e apanhar dois elementos a circular num dos ciclomotores furtados. Posteriormente, foram realizadas buscas aos anexos utilizados pelo grupo e recuperadas cinco das bicicletas furtadas.
Dos cinco elementos, três foram identificados e dois, já com cadastro por furto, foram detidos. Seriam, contudo, libertados com termo de identidade e residência, após serem interrogados pelo juiz de instrução criminal. A GNR apurou que, apesar de terem entre os 18 e os 21 anos, nenhum deles estudava ou trabalhava. O último ano foi, assim, passado a preparar e a concretizar o esquema criminoso, que lhes garantiu uma quantia elevado de dinheiro