A Polícia Judiciária deteve dois cidadãos argelinos, de 27 e 28 anos, que sacaram cerca de 130 mil euros, em burlas com o sistema de MB Way. Lesaram 170 vítimas a quem enviaram e-mails fraudulentos, fazendo-se passar por funcionários do sistema de pagamento digital, para obter as credenciais secretas. Foram colocados em prisão preventiva.
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De acordo com a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), o inquérito começou em outubro de 2020. Nessa altura, a PJ teve conhecimentos da circulação de e-mails fraudulentos, que aparentavam ser da própria MB Way.
No mail, que pedia a introdução de credenciais das vítimas, os criminosos alegavam ser necessário atualizar os dados e ainda a ativação de serviço. Para levar os lesados a cair no engodo, alegavam que o serviço MB Way iria ser desativado se não houve resposta. As vítimas não sabiam que o MB Way nunca manda e-mails.
A PJ começou então a "investigação de vários casos de fraude com recurso à captura de credenciais - "Phishing", através de mensagem de correio eletrónico que simulavam serem remetidas pela entidade gestora da aplicação MB Way, tendo como resultado um elevado numero de movimentos (levantamentos ou compra de artigos) não autorizados, concretizados através da dita aplicação com dados de terceiros", adianta a PJ, em comunicado.
Com o controlo das contas das vítimas, os dois indivíduos compravam equipamento informático, de telecomunicações, mas também material desportivo ou perfumes. Ao que tudo indica, vendiam depois o material em sites de anúncio para realizar dinheiro.
Pelo que o JN apurou, os dois cidadãos argelinos chegaram a território nacional em outubro do ano passado, quando começaram a ser enviados e-mails fraudulentos.
"A estratégia investigatória visou a localização e agrupamento das diversas participações que se encontravam dispersas por várias comarcas, por forma a demonstrar a atividade delituosa reiterada dos suspeitos, conjugando e analisando toda a informação de forma a identificar/localizar os suspeitos", adiantou a PJ.
Na sequência das detenções e buscas domiciliárias, a PJ apreendeu vários objetos relacionados com as burlas, assim como a uma quantidade significativa de artigos adquiridos de forma ilícita.
Os detidos, indiciados por burla informática agravada, falsidade informática e acesso ilegítimo, vão hoje ser sujeitos a primeiro interrogatório judicial.