A Unidade de Controlo Costeiro de Setúbal da GNR apreendeu esta quarta-feira apreendeu 83 barbatanas de tubarão a bordo de uma embarcação no porto de Sesimbra.
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Os militares identificaram o mestre da embarcação e a empresa responsável pelo barco. Estes podem vir a ser multados em cerca de 25 mil euros, no âmbito do auto de contraordenação, por ser proibido remover as barbatanas dos tubarões a bordo dos navios e manter a bordo, transbordar ou desembarcá-las.
Os militares fiscalizaram uma embarcação direcionada a pesca do espadarte no porto de Sesimbra. No interior do porão, detetaram 83 barbatanas de tubarão e 21 quilos de tubarão esfolado e esviscerado. O pescado foi entregue no Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), para exame de avaliação e determinação de espécies.
A GNR, através de nota de imprensa, explica que a prática da "remoção das barbatanas de tubarões" consiste em remover as barbatanas dos tubarões e devolver a parte restante do corpo ao mar, onde o animal acaba por se afundar, sangrando até à morte ou sufocando. Esta prática contribui para a mortalidade excessiva dos tubarões e, deste modo, diminui abruptamente o número de unidades populacionais da espécie, ameaçando a sustentabilidade.
A União Europeia (UE) é um dos maiores exportadores e uma importante plataforma de trânsito para o comércio mundial de barbatanas, apesar da proibição de remoção a bordo dos navios e nas águas e da obrigação de desembarque dos tubarões com as barbatanas unidas ao corpo.
As barbatanas de tubarão são muito valiosas no mercado asiático, para onde normalmente segue o produto. A carcaça do animal não tem interesse. As que são capturadas ao longo da costa portuguesa transitam em carrinhas para Espanha e entram no mercado negro rumo ao mercado asiático, onde são consideradas uma iguaria gastronómica com grande valor monetário.
A remoção da barbatana de tubarão a bordo de uma embarcação de pesca permite aos infratores dissimular o produto em caixas dentro do porão, tornando assim o trabalho de deteção pelas autoridades mais difícil.
A GNR concorre diariamente para o esforço de acabar com o comércio de barbatanas na UE, incluindo a importação, a exportação e o trânsito de barbatanas, que não se encontrem naturalmente unidas ao corpo do animal.