GNR apreendeu 18 lanchas de oito milhões de euros a rede internacional de tráfico de droga
Cerca de 780 mil euros, 18 lanchas rápidas, com um valor estimado de oito milhões de euros, 40 motores de alta potência, com um custo aproximado de dois milhões de euros, 24 carros e 11 armas de fogo foram apreendidos pela GNR.
Corpo do artigo
Entre os detidos estão 11 homens que, divididos por dois grupos distintos, foram apanhados, na noite de quarta-feira, a lançar duas lanchas à água. Sete deles, todos estrangeiros, iriam tripular as embarcações durante o transporte de droga.
Nenhum dos donos das empresas náuticas portuguesas que fabricavam lanchas para cartéis internacionais foi detido. Há, no entanto, pessoas com ligações a estas firmas constituídos arguidos.
Já os 780 mil euros em notas foram apreendidos em diferentes locais que foram alvo de buscas.
Três anos a investigar
A GNR informa que, além dos 32 detidos nas diligências desta semana, foram feitas outras 16 detenções ao longo dos mais de três anos que decorreu a investigação. Todos estão indiciados pelos crimes de tráfico de estupefacientes, associação criminosa.
Durante o mesmo período, e na sequência de informações recolhidas na investigação, foram apreendidas sete toneladas de haxixe e 650 quilos de cocaína traficada pelos alvos.
Donos de empresas náuticas conscientes do crime
Segundo o tenente-coronel Carlos Canatário, a organização agora desmantelada estava dividida em três grupos distintos, mas que partilhavam o mesmo modus operandi. Começavam por encomendar o fabrico de lanchas “voadoras” a empresas náuticas, legais, situadas em Viana do Castelo, Monção, Vila Nova de Cerveira e Valença, mas cujos donos, afirma o tenente-coronel Carlos Canatário, “estavam conscientes que as embarcações seriam usadas no tráfico de droga”.
O mesmo responsável da GNR explica que, uma vez concluídas nas fábricas do Norte do país, as lanchas rápidas eram escondidas num armazém de Samora Correia, concelho de Benavente, e, dali, lançadas à água do rio Tejo.
Tal como o JN descreveu na reportagem da edição desta sexta-feira, as embarcações navegavam, depois, até alto mar para recolher fardos de haxixe ou cocaína largados por outros barcos oriundos de Marrocos ou da América do Sul. “A droga era transportada pelas lanchas para o Sul de Portugal, mas sobretudo para o Sul de Espanha”, sublinha o oficial da GNR.