A GNR de Santo Tirso partiu para o terreno, esta quinta-feira, a exemplo dos militares da Guarda Nacional Republicana de todo o país, batendo à porta de idosos que conhece bem e sabe serem os alvos potenciais de burlas, distribuindo calendários de parede da EDP com números de telefone desta força de segurança, dando conselhos, para evitar vigarices.
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Na sequência de um trabalho continuado da GNR, que tem monitorizados idosos de todo o território nacional, incluindo os que residem nas zonas mais recônditas do país, foram visitados, em Santo Tirso, sexagenários residentes em Água Longa e Lamelas, depois de uma ação de sensibilização, em São Romão do Coronado, na Trofa, nas instalações da Associação de Solidariedade Social do Coronado (Ascor).
Os cabos Pedreira, Vicêncio e Pinheiro, da Secção de Programas Especiais da GNR de Santo Tirso, foram explicando aos mais idosos a necessidade de não abrirem as portas a desconhecidos, até porque, segundo recordaram, "os burlões são pessoas com muito boa aparência e bem-falantes, que quando vos contactam, já sabem muitos pormenores sobre a vossa vida, para mais facilmente vos poderem enganar e todo o cuidado é pouco".
Em declarações ao JN, o capitão Flávio Sá, comandante do Destacamento da GNR de Santo Tirso, destacou que "esta ação tem como objetivo principal avisar e sensibilizar os mais idosos, por serem o público-alvo dos burlões, pelo que devem estar muito atentos e em caso de tentativas não se deixarem enganar e ainda avisarem imediatamente a GNR".
Segundo Inês Ribeiro, a responsável da Associação de Solidariedade Social do Coronado (Ascor), "é com muita satisfação que recebemos aqui a GNR, pois há muitos anos que já colaboram connosco, explicando-lhes que o desconfiar é a palavra-chave, reforçando-se assim o trabalho de proximidade que a GNR tem com todos os idosos desta instituição".
Américo Martins, de Água Longa, Santo Tirso, disse ao JN que foi abordado por um burlão. "Aqui há uns meses atrás vieram umas pessoas contar-me que, como eu tenho uma reforma pequena, iriam então dar-me um cartão magnético para ter descontos na farmácia e não só, mas nem chegaram a pedir dinheiro, pois eu disse que não tinha e apareceu um vizinho que andava à lenha", explicou.
Maria Pereira, de Lamelas, Santo Tirso, contou ao JN que a tentaram enganar "a partir de um telefonema". "
Eles tinham os meus dados todos, convencendo-me que eu iria pagar menos dinheiro de eletricidade e depois eu recebi uma fatura para pagar, mas como não era da EDP, então fiquei desconfiada e fui com a minha filha a Santo Tirso, ficando a saber que aquilo não tinha nada a ver com a EDP nem com coisa nenhuma. Era vigarice", revelou ao JN.