O posto da GNR da Maia será transformado em subdestacamento, estrutura que, na orgânica da Guarda, só existia nas regiões do Algarve e Lisboa. A alteração foi confirmada, ao JN, pelo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, que ontem presidiu à cerimónia do 14.º aniversário do Comando Territorial do Porto. E foi elogiada pelo autarca maiato, Silva Tiago, que anunciou o reforço do efetivo com dez militares. Porém, para a Associação Nacional de Sargentos da Guarda (ANSG) esta medida irá "sugar reforços" apenas para "encaixar os oficiais".
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Segundo José Luís Carneiro, foi já autorizada a passagem do posto territorial da GNR Maia a subdestacamento. Medida que, defende o governante, irá permitir uma diversificação das valências, bem como um reforço dos meios humanos ao serviço da GNR na Maia.
O presidente da Câmara da Maia acolheu a notícia "com particular satisfação pessoal e institucional", alegando que as freguesias de Castêlo da Maia, Moreira, Vila Nova da Telha, Nogueira-Silva Escura e Folgosa "passarão a contar com uma presença mais significativa da GNR", que passará "a ser comandada localmente por um oficial de carreira" e receberá "um reforço de mais dez efetivos".
Enquanto posto, a GNR da Maia integrava o Destacamento de Matosinhos, responsável, ainda, pela segurança nos concelhos de Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim. Dispõe, já depois de ter sido reforçado com cerca de uma dezena de guardas ao longo do último mês, com 54 militares.
Um número que a ANSG considera insuficiente para justificar a passagem a subdestacamento.
"A confirmar-se [esta mudança] será um escândalo. As populações não entenderiam como é que se criaria a estrutura subdestacamento da Maia em detrimento e reforço dos postos, que na maior parte dos dias da semana não consegue assegurar os serviços mínimos na totalidade das 24 horas, não se privilegiando, deste modo, a proximidade e a missão", frisa a associação.
Para a ANSG, "a abertura de cada novo subdestacamento irá sugar os parcos reforços, que determinado comando territorial tem disponíveis". "A tutela conduz desta forma à edificação de utopias, modelos iníquos, à mera satisfação carreirista ou elitistas e apetites megalómanos, para encaixar os oficiais que ingressam na Guarda oriundos dos cursos da Academia", acrescenta.
Por fim, a ANSG acusa a GNR "de ter encoberto toda esta estratégia até à última hora".