O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, defendeu, esta segunda-feira, que a criação de "esquadras do cidadão" onde qualquer pessoa possa participar um crime "com maior facilidade" permitirá aumentar o policiamento das ruas.
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A medida vai ser testada primeiro em áreas específicas de Lisboa e da Amadora e, "se o modelo for bom para as populações", será replicado noutros locais, incluindo na Área Metropolitana do Porto. O governante recusou-se, porém, a apontar uma data para o início do projeto-piloto.
"O nosso objetivo era até ao final do ano. Contudo, estamos confrontados com uma situação política diversa daquela que tínhamos há um mês. E portanto é necessário acautelar que as decisões que são tomadas não criam limitações para quem vier a ter responsabilidades nesta área da administração interna no futuro. Tem de ser uma solução o mais amplamente consensualizada possível", afirmou José Luís Carneiro, à margem da cerimónia do 156.º aniversário do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP.
O ministro da Administração Interna escusou-se também em falar no encerramento de esquadras, por ser "uma linguagem que cria um sentimento de insegurança". Admitiu, ainda assim, que algumas dessas esquadras "podem ser reconfiguradas" em "esquadras do cidadãos". As juntas de freguesias têm sido outro dos locais apontados para o funcionamento daqueles espaços.
O projeto-piloto insere-se no plano de Prevenção e Visibilidade para a Área Metropolitana de Lisboa, a implementar no âmbito da Estratégia Integrada de Segurança Urbana, aprovada no verão deste ano, 2023. Os detalhes do programa serão apresentados, numa data a anunciar, pelo Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, por Luís Fiães Fernandes. Na Área Metropolitana do Porto, está a ser a preparado, no mesmo âmbito, um plano de intervenção semelhante.
"Significa mais polícias nas ruas nos locais onde há razão para termos mais polícias nas ruas, ou seja, naqueles locais que têm elementos que constituem ameaças e riscos para a segurança das pessoas. [...] Trata-se de uma questão de boa organização do dispositivo policial", frisou José Luís Carneiro.