Greve adia julgamento de homem que regou mulher e filha com gasolina para as matar
A greve dos guardas prisionais, que faz com que não haja transporte de presos preventivos para os tribunais, levou ao adiamento do julgamento de Madalin Ion, um cidadão romeno de 45 anos, que regou a mulher e o quarto da filha e outras dependências de uma casa, em Beja, com gasolina para as matar.
Corpo do artigo
A primeira sessão do julgamento teria início na manhã desta segunda-feira no Tribunal de Beja, tendo ficado adiado para a segunda data, agendada para o primeiro dia da próxima semana, 21 de outubro, às 9.30 horas.
O presidente do Coletivo de Juízes questionou o advogado de defesa se este queria fazer o julgamento sem a presença do arguido, que se encontra preso no Estabelecimento Prisional de Beja, e face à recusa do causídico, não restou outra solução que não fosse o adiamento para a próxima segunda-feira.
Desde o início do protesto dos guardas prisionais este é décimo julgamento, com recurso a um Coletivo de Juízes e com presos preventivos, a ser adiado no Tribunal de Beja.
No caso do julgamento de Madalin Ion, estão em causa as acusações de quatro crimes: dois de homicídio qualificado na forma tentada, um de incêndios, explosões e outras condutas especialmente perigosas na forma tentada e um de violência doméstica.
As constantes agressões físicas e verbais de que Mariana Ion, mulher do arguido, era vítima, levaram a que esta, tivesse levado os dois filhos menores, Patrícia, de 16 anos, e Nicolau, de 17 anos e fosse viver para casa da filha mais velha, Bianca, de 21 anos, na cidade de Beja.
Inconformado com o fim de um casamento de 22 anos, no passado dia 22 de fevereiro, para consumar os crimes contra a mulher e a filha, o arguido apossou-se ilegalmente da chave da casa onde Mariana vivia, levando consigo um jerrican de gasolina, regou-a com o combustível, tal como o quarto da filha e também os móveis e chão da sala e da cozinha. Madalin não conseguiu concretizar os seus intentos, dado o estado de embriaguez e o facto do filho mais novo ter impedido que o pai tivesse acendido os dois isqueiros que transportava com ele.
Mariana Ion deu entrada no Tribunal de Família e Menores de Beja de dois processos contra o marido, um de divórcio sem consentimento do outro cônjuge e outro de regulação das responsabilidades paternais, cujo julgamento vai ocorrer no próximo dia 6 de dezembro.