Greve do Ministério Público adia sentença de professor acusado de abusar de 11 alunas
Estava marcada para esta segunda-feira, mas foi adiada para o próximo dia 22, a leitura do acórdão do julgamento do professor do ensino básico da Póvoa de Lanhosos, acusado de 3734 crimes de abuso sexual. As vítimas são 11 alunas que tinham entre seis e nove anos, à data dos factos.
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Além de abuso sexual de crianças agravado, o professor está também acusado de três crimes de maus-tratos cometidos sobre três outros alunos e outros três crimes de pornografia de menores. De acordo com o Ministério Público (MP), o docente deu palmadas na cabeça, agarrou e puxou o cabelo e as orelhas e chamou “burro, palerma, estúpido” a uma menina e dois meninos. Os crimes ocorreram na sala de aula, entre setembro de 2017 e maio de 2024, altura em que o professor foi detido pela Polícia Judiciária.
“A conduta do arguido comprometeu e compromete seriamente o desenvolvimento harmonioso das vítimas, uma vez que contende com o núcleo mais essencial para o desenvolvimento harmonioso de uma pessoa: a sua intimidade, a disposição do seu corpo, o estabelecimento saudável das relações de proximidade com terceiros e a criação de laços familiares com os mais próximos”, refere o MP.
Justificou ações com “um impulso incontrolável”
O julgamento do professor, que dava aulas há 24 anos, decorreu à porta fechada, mas, segundo o advogado do arguido, Artur Marques, o professor confessou quase tudo. O arguido terá mostrado arrependimento e justificou as suas ações com “um impulso incontrolável”. O Ministério Público pediu uma pena entre os 20 e os 25 anos de prisão.
O arguido está detido desde maio de 2024. Apesar das férias judiciais começarem esta quarta-feira, a leitura do acórdão relativo a este processo vai ainda ser feita no dia 22.